Quanto à concentração de terra, criticou-se \"o desaparecimento, na década de 90, de mais de 150 mil explorações\", um facto \"com consequências nas assimetrias regionais e na desertificação do meio rural\".
Outra crítica diz respeito às \"profundas e irracionais injustiças\" no apoio ao rendimento, pela \"falta de correspondência dos apoios financeiros entre a produção e o rendimento gerado nas explorações familiares\". Foi igualmente deixado um alerta para que as pequenas explorações \"não sejam vistas na base de parâmetros exclusivamente relacionados com a produção, mas sim pelo rendimento da actividade global, associado a outras componentes como ambiente, ecologia, ocupação de espaço e identidade cultural\".
Discutiu-se também a globalização e as suas implicações na agricultura, nomeadamente \"a liberalização das fronteiras económicas, a introdução de uma concorrência desleal, com baixa de preços para a produção e chorudos lucros para as grandes cadeias de distribuição e agro-indústrias\".
A taxa de execução dos programas de apoio à actividade agrícola AGRO, AGRIS, RURIS e VITIS, a vigorar até 2006, também não foi esquecida. Neste debate, ficou a ideia de que nestes programas, cujo volume financeiro ascende a dez milhões de euros (2 mil milhões de contos), \"apenas uma pequena fatia é canalizada para a agricultura familiar\".
Muitas críticas foram ainda dirigidas ao Governo e à União Europeia, pela \"não inclusão de propostas elaboradas pelas organizações associativas da região quanto às especificidades da agricultura transmontana e duriense\".
Deste seminário ficou a conclusão de que \"a agricultura familiar continua a constituir o sector com maior peso económico e social da agricultura portuguesa\".