Uma equipa de arqueólogos descobriu esqueletos dos séculos XVI e XVII junto à igreja de S. Vicente, em Bragança.
As descobertas resultam do trabalho da empresa que está a fazer o acompanhamento arqueológico das ruas que estão a ser intervencionadas naquela zona da cidade, no âmbito do programa Polis.

Certamente que quem passa no Largo do Principal e vira para a rua Abílio Beça já reparou na tenda que foi montada ao dobrar da esquina, onde decorrem as principais escavações.
Tendo em conta que até ao século XIX os enterramentos eram feitos nos adros das igrejas, a maioria dos achados prende-se com esqueletos humanos completas e alguns ossos sem conexão anatómica.
Mónica Salgado, responsável pela equipa de arqueólogos, revelou ao Jornal NORDESTE que, para além das ossadas, foram encontrados diversos objectos de cerâmica, metais e telhas. Todos os achados serão enviados para um laboratório, pois são eles que permitirão aos investigadores avaliar, de forma rigorosa, a época das ossadas.
Quanto aos esqueletos, o seu estudo mais aprofundado possibilitará conhecer o tipo de alimentação, hábitos de higiene e altura dos homens e mulheres daquela época. Por outro lado, através da análise ao conjunto das ossadas, os estudiosos conseguirão, até, averiguar a esperança média de cada período histórico.
A equipa de arqueólogos está a trabalhar em Bragança desde Setembro passado. Do seu relatório fazem parte ossadas mais antigas, nomeadamente as que foram encontradas no largo General Sepúlveda, pertencentes aos séculos XIII e XIV. Segundo Mónica Salgado, a par dos esqueletos têm sido encontrados vestígios de aquedutos e diversa cerâmica medieval.
Mas, há vestígios ainda mais antigos. Recorde-se que nas escavações efectuadas junto ao antigo mercado municipal foram encontrados dois fragmentos de cerâmica romana, pertencentes ao século I A.C.
Mónica Salgado diz que as equipas de trabalho vão fazendo o que podem, até porque o ritmo das obras não se compadece com trabalhos arqueológicos muito demorados.
"Escavamos, recolhemos e registamos o que vai aparecendo, mas há sempre a pressão da obra ter de avançar e tem que se trabalhar depressa", reconhece a arqueóloga.



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