Por estes dias, Bragança é a ‘Meca’ de todos os motociclistas. De todo o País e de muitos pontos da Europa, mais de 2500 são esperados a partir de hoje para o início do 25.º Portugal de Lés-a-Lés. A edição das Bodas de Prata do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal volta a bater recordes e promete ser uma festa grandiosa até Sagres, onde termina no dia 10 de junho.

Pelo caminho, 1085 quilómetros de descoberta e aventura, na maior maratona mototurística da Europa, ao longo de algumas das mais belas estradas nacionais, municipais e regionais. As autoestradas e outros sinais de modernidade rodoviária ficam, quando muito, para as viagens de ida e regresso a casa. Porque há muito para ver e descobrir, num trajeto descrito ao longo das 60 páginas do ‘road-book’ entregue pela organização a todos os participantes.

Uma descoberta que começa na manhã do dia 7 de junho, com o arranque das Verificações Técnicas e Documentais aos 2185 participantes, entre as 9 h. e as 14 horas no Parque do Eixo Atlântico. Local onde estará montado o palanque de partida e chegada do Passeio de Abertura que, a partir das 10 horas verá os motociclistas arrancarem à descoberta do Parque Natural de Montesinho. Um aperitivo de 116 quilómetros, que cada um pode degustar ao ritmo que mais aprouver, desfrutando de paisagens ímpares no primeiro momento de homenagem à edição inaugural de 1999. A passagem por Rio de Onor, onde há 25 anos foi dada a partida para o Portugal de Lés-a-Lés será ponto alto, com fotografias para recordar… daqui a 25 anos!

Um passeio de enorme beleza natural antes do regresso ao Parque do Eixo Atlântico para o jantar de boas-vindas, no Pavilhão Gimnodesportivo do Clube Académico de Bragança. Ali mesmo ao lado do local onde, na quinta-feira, dia 8 de junho, será dada a madrugadora partida (às 6 horas) rumo a Viseu, final da primeira etapa. De Viseu a Ourém terá lugar a segunda tirada de um evento que termina em Sagres, após cerca de 28 horas e 50 minutos de condução previstas.

DEVIDO À CHUVA O "CHECK-IN DO LÉS-A-LÉS É FEITO NO "PAVILHÃO DO NERBA"
- na entrada Sul de Bragança.
 O JANTAR É AQUI SERVIDO A PARTIR DAS 18H00.

A PARTIDA DO PASSEIO DE ABERTURA DE HOJE E DA 1a ETAPA EFECTUA-SE NO LOCAL ANTERIORMENTE DEFINIDO, no "PARQUE DO EIXO ATLÂNTICO".



Nem a chuva diluiu entusiasmo no arranque para o Portugal de Lés-a-Lés

Óscar, a visita que ninguém convidou

Ninguém a conhecia mesmo se alguns já tinham ouvido falar dela. Óscar é o nome da depressão atmosférica que atingiu fortemente o arquipélago da Madeira e que, por estes dias, vai influenciar o clima na região nordestina do continente. Bragança está mesmo sob aviso amarelo, devido à previsão de aguaceiros fortes, possibilidade de queda de granizo e trovoadas, mas nem isso arrefeceu os ânimos dos milhares de participantes que, durante toda a manhã e início da tarde, se deslocaram para o arranque do 25.º Portugal de Lés-a-Lés.

Chuva que obrigou a alterações de última hora e comprovou toda a experiência da equipa organizativa, obrigado a trabalhos dobrados para concretizar todas as mudanças necessárias. Inicialmente previstas para o Parque do Eixo Atlântico, local verdejante e bastante aprazível no centro da cidade brigantina, as Verificações Técnicas e Documentais foram transferidas para o pavilhão do NERBA – Associação Empresarial do Distrito de Bragança.

Momento em que são conferidos os documentos das máquinas e dos participantes, bem como o estado geral das motos, em prol de maior segurança na estrada. E que são bem diferentes do que aconteceu há 25, com “um simples olhar de relance para as luzes, piscas e pneus, mesmo antes do arranque já sobre a ponte de Rio de Onor” como recordou José Valença, um dos 3 elementos que está na organização desde o primeiro momento. Agora, as inusitadas verificações indoor, garantiram maior conforto para os participantes antes do arranque para a festiva edição das Bodas de Prata, com Passeio de Abertura pelo Parque Natural de Montesinho, com total de 116 quilómetros e passagem por local emblemático do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal.

Partida molhada, edição abençoada

Foi, há 25 anos, o local de partida de uma ideia maluca de 5 motoclubes, ligados pela aventura e pela paixão mototurística. Elementos do MC Porto, Estarreja, Centro, Lisboa e Ocidente, sonharam, idealizaram e concretizaram a ligação entre dois extremos do mapa continental, ao longo de 24 horas ‘non-stop’. Nascia o Portugal de Lés-a-Lés que, partindo da emblemática ponte de Rio de Onor, haveria de levar 120 motociclistas numa centena de motos até ao cabo de S. Vicente.

Palco singelo, mas de tamanho significado para uma maratona que, rapidamente, ganhou inusitada dimensão. Nacional e internacional. Para ter noção da escala de grandeza basta olhar para o total de quilómetros percorridos durante as 24 edições: 24 546! E isto apenas durante o percurso efetuado pelos 27 551 participantes inscritos, sem contar com as viagens de ida e regresso a casa.

Milhares de portugueses e portuguesas, como muitos espanhóis, franceses, italianos, ingleses, escoceses, alemães, belgas, estado-unidenses, canadianos, brasileiros, venezuelanos, peruanos, sul-africanos, angolanos, austríacos, neerlandeses, romenos, ucranianos, polacos, húngaros, neozelandeses marcaram presença, por uma vez que fosse, na grande maratona. Mas foram apenas 4 os que, estando à partida de Rio de Onor, às 12 horas do dia 11 de junho de 1999, repetiram a dose nos anos seguintes. Em todos! Desde as 4 seções de 6 horas cada que marcaram a edição estreante, com paragens em Celorico da Beira, Picoto da Melriça, Viana do Alentejo e Cabo de S. Vicente, em formato que foi mantido em mais três edições, com perguntas e surpresas para manter a animação e os participantes bem acordados.

Inspiração nos moto-ralis que então davam também os primeiros passos que foi sofrendo modificações ao longo dos anos. Adaptações em nome da segurança e do número crescente de entusiastas. Em 2003, Chaves acolhia novo formato, com duas etapas de 12 horas que levaria a caravana até Albufeira, para, em 2007, ser criado um prólogo antes das duas tiradas. Forma de dar a conhecer o concelho de partida e de entreter os participantes no dia das verificações.

Configuração que se manteve durante uma década para, em 2017, ganhar mais uma etapa. Três dias de aventura a que se juntava um Passeio de Abertura, em fórmula que consolidou a maior aventura mototurística da Europa. Em participantes como no total de quilómetros percorridos. Que, em 2023, na edição das Bodas de Prata da maior aventura mototurística de que há registo, fica marcada pelo regresso a Rio de Onor, aproveitando para respirar o ar puro do Parque Natural de Montesinho.

 


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