O Link Lab Vila Real, um evento integrado no AEP Link, iniciativa da Associação Empresarial de Portugal, Câmara de Comércio e Indústria com o envolvimento da Deloitte Portugal, debateu hoje, quinta-feira, 9 de maio, os desafios da inovação e da era da economia digital para as empresas de Trás-os-Montes.  O evento decorre no Regia Douro Park, em Vila Real, e debate três áreas fundamentais para a competitividade da economia: Inovação, Investimento e Economia Digital.

Cláudia Guterres, gestora do AEP Link, abriu o evento com a apresentação do projeto e dos eventos Link Lab que percorrerão o Norte, Centro e Alentejo. Rui Gidro, partner da Deloitte, salientou, que «Portugal tem três grandes desafios: o desafio do crescimento económico; temos um problema de demografia, uma população envelhecida com uma população ativa que está a reduzir; o terceiro desafio é a regionalização, com a perda de população nas regiões do interior e mais afastadas dos grandes centros urbanos». «O AEP Link pretende inverter este rumo, dinamizando o crescimento económico através da alavancagem do negócio das PME, criando redes de parceria, encontrando oportunidades para suprir necessidades específicas de negócio», explicou.

Gonçalo Azevedo Silva, da Deloitte, explicou como as PME podem contribuir para o desenvolvimento do AEP Link através do preenchimento do questionário/diagnóstico que pretende auscultar as suas necessidades, constrangimentos e objetivos, de forma a que o programa possa dar uma resposta efetiva. O Dashboard Interativo do AEP Link foi a segunda ferramenta apresentada por Gonçalo Azevedo Silva, e contém os indicadores mais relevantes para as empresas ao nível da economia regional, performance empresarial, investimento e recursos humanos. Esta plataforma é dinâmica e permanentemente atualizada, quer com dados nacionais fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, quer com os dados dos questionários preenchidos pelos empresários no âmbito do AEP Link.

Sofia Sirigado, da Deloitte, apresentou o portal AEP Link e a forma como cada empresário pode registar-se para ter acesso às oportunidades de negócio registadas nesta plataforma, e para publicar as oportunidades que oferece ou procura, tentando assim captar parceiros de negócio, de acordo com as suas necessidades ou objetivos.

João Pedro Baptista, jornalista d’ A Voz de Trás-os-Montes, foi o moderador do primeiro painel, dedicado à Inovação, e desafiou os intervenientes a explicar como é que a Inovação pode ajudar a fazer crescer as empresas. Pedro Marta, diretor executivo da Martha’s Wines & Spirits, defendeu que a inovação é uma oportunidade, mas há que inovar de acordo com as necessidades do mercado, para que não seja uma oportunidade perdida. Manuel Barbosa, diretor da sucursal Porto da Crédito y Caución, explicou que, nesta área, é importante estar atento ao que as empresas estão a fazer para inovar, nomeadamente através da criação de produto, de novos métodos de produção, etc., defendendo que, efetivamente, a inovação é a área que mais valorizam. Ajudar as empresas a encontrar mercados onde os produtos dos clientes possam ter sucesso é uma das formas que a Crédito y Caución tem de contribuir para o crescimento.

No caso dos vinhos, Pedro Marta explica que a inovação é essencialmente de base tecnológica, muito focada na qualidade, e a aliança ao turismo pode ser uma das formas de inovar, já que na região do Douro a regulamentação é extremamente conservadora, com leis vigentes desde o século XVIII, e o consumo do Vinho do Porto tem vindo a diminuir de forma muito acentuada. As parcerias podem ser também uma forma de inovar, segundo Manuel Barbosa, numa região envelhecida e onde não existe grande indústria, já que podem permitir responder ao mercado de forma mais efetiva e abrangente.

Na Martha’s Wines & Spirits a inovação tem-se feito através da reformulação de processos, da utilização de novos canais de comunicação com foco na proximidade com o cliente, do trabalho de comunicação e imagem. De uma forma geral, as empresas têm procurado crescer através da inovação em várias áreas, nas tecnologias, nos sistemas de produção, etc., referiu Manuel Barbosa, que considera, no entanto, que há ainda muito caminho a percorrer na afirmação das marcas próprias, já que as empresas portuguesas produzem muito para marcas internacionais.

A Economia Digital foi o foco do segundo painel, moderado por António Pereira, diretor do Diário de Trás-os-Montes. Júlio Silva, vogal do Conselho de Administração da Anteros Empreitadas, contou como a sua empresa, ligada às obras públicas, uma indústria tradicional, foi “forçada” a aderir à economia digital quando se deparou com a necessidade de ter forças de trabalho distribuídas por todo o país. Aí houve a necessidade essencialmente de desmaterializar processos internos, através de um parceiro que se adequasse a esses objetivos, com um custo aceitável, e foi o passo que se seguiu, e a digitalização faz hoje parte de todos as áreas da empresa.

António Costa, da Coordenação das Áreas de Infraestruturas, Comunicações, Cibersegurança e Suporte da UTAD, explicou que, hoje em dia, as universidades trabalham muito na investigação para ser aplicada às empresas, e o digital faz parte de todos esses processos. A cibersegurança é um problema muito atual e grave, e não está ainda presente na população e nas empresas, onde a perda de dados através de ciberataques tem um peso de muitos milhões de dólares. A ciber-higiene tem de fazer parte da vida das empresas, das instituições, das pessoas, do seu dia-a-dia.

Pedro Martins, IMS Business Developer da Konica Minolta, explicou que a empresa tem procurado adequar-se ao mercado e às suas necessidades de base tecnológica, que é uma área com grande potencial de crescimento ainda. A área dos serviços tem crescido muito, além da área, por exemplo, da venda online.

Luís Carvalho, coordenador de Serviços Financeiros e Administrativos da Fundação Museu do Douro, explicou que o conceito de museu tradicional já se adaptou à área digital, e os primeiros passos foram dados já em 2008, de forma a poder acrescentar valor ao produto, ao vinho, e à região. «O digital permite-nos criar relações mais fortes com as pessoas que visitam a região, perpetuando-a no tempo e criando interação com o visitante, valorizando o património.»

O Link Lab Vila Real continuou no Regia Douro Park, com os painéis de Investimento, dinamizado pela Iberinform, e de Cooperação, da responsabilidade da Regia Douro.

Sobre o AEP Link

O projeto nacional AEP Link visa melhorar a dinâmica do ecossistema empresarial, desenvolver e aprofundar a colaboração entre PME e outros stakeholders que, com a partilha de know-how e influência, poderão beneficiar mutuamente, identificar, potenciar e concretizar novas oportunidades de negócio e parceria.

Pretende desenvolver uma plataforma para facilitar o desenvolvimento de negócio nas PME portuguesas, uma rede nacional de colaboração para acelerar a identificação de parceiros para a promoção de atividades de inovação, para apoiar a inserção das PME na economia digital e captar investimento. O projeto envolve 1.200 PME, 22 associações empresariais, 12 comunidades intermunicipais, oito instituições de ensino superior. O roadshow AEP Link, composto por 12 eventos públicos, decorre de abril a outubro de 2019 e passa por Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Famalicão, Maia, Coimbra, Leiria, Beja, Castelo Branco, Viseu, Évora e Aveiro.

O projeto AEP Link (POCI-02-0853-FEDER-036026) é promovido pela AEP – Associação Empresarial de Portugal, Câmara de Comércio e Indústria, com o envolvimento da Deloitte Portugal e o apoio da Konica Minolta, Crédito y Caución e Iberinform. É cofinanciado pelo Compete 2020, pelo Portugal 2020 e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).


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