Os alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vão promover, entre terça e quinta-feira, um debate sobre o impacto das novas obras públicas no desenvolvimento desta região, para onde está previsto um investimento de 3,8 mil milhões de euros nos próximos anos.

O fórum «O Futuro é hoje», organizado pelos alunos do Núcleo de Engenharia Civil da UTAD, traz a Vila Real, entre outros, António Castro da EDP, Pina Moura da Iberdrola, Pedro Gonçalves, da Soares da Costa, Francisco Silva da Somague e Corte Real Magalhães da Mota-Engil.

Estas empresas vão construir, globalmente, o Túnel do Marão e a Auto-Estrada Transmontana, que vão ligar Amarante, Vila Real e Bragança, o Itinerário Complementar 5 (IC5), o Itinerário Principal 2 (IP2), e ainda as barragens do Alto Tâmega, Sabor e Tua.

\"Se todas as obras previstas forem construídas, serão investidos 3,8 mil milhões de euros em Trás-os-Montes e Alto Douro num período de cinco a 10 anos\", salientou hoje um dos responsáveis pelo NEC, Rui Guedes.

Os universitários querem debater as oportunidades e desafios que as novas obras públicas podem criar para as empresas e recursos humanos da região transmontana.

\"Queremos também determinar qual a nossa posição no meio disto tudo e o que poderemos fazer para aproveitarmos esta oportunidade\", afirmou Rui Guedes.

No debate deverão também participar representantes de municípios e empresas transmontanas dos mais diversos sectores, porque, como sustentou o director do Departamento de Engenharias da UTAD, Luís Ramos, estes investimentos vão criar um movimento capaz de reactivar várias áreas de negócios, nomeadamente oficinas de automóveis, empresas de marketing, publicidade, transportes, alojamento e restauração.

Referiu, a título de exemplo, que algumas das aldeias da serra do Marão começam já a ser procuradas para alojar alguns dos engenheiros e operários que vão construir o Túnel do Marão.

Luís Ramos considera importante que os centros de formação profissional da região direccionem os seus cursos para qualificar a mão-de-obra local de forma a poder dar resposta à procura que vai surgir.

\"Só para construir a auto-estrada 24, no troço entre Lamego e Chaves, foram precisos 200 operadores de máquina\", salientou.

Luís Ramos referiu que a \"maior parte das obras\" são feitas por subempreitadas, o que, na sua opinião, \"se poderá transformar numa oportunidade para as empresas da região, caso estas se preparem a tempo para obedecer aos requisitos exigidos\".

A própria UTAD poderá, segundo Rui Guedes, adaptar os programas extracurriculares dos mais variados cursos e o perfil do licenciado às necessidades do mercado que vão ser geradas com a construção destas infraestruturas rodoviárias e empreendimentos hidroeléctricos.

A ideia é também criar ligações com os consórcios para a realização de estágios e disponibilizar os laboratórios universitários.



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