O incêndio que inspira maior preocupação no concelho de Vila Real é o que teve início em Sirarelhos e progrediu para Gontães, lavrando em zona de pinhal sem colocar aldeias em risco, disse o presidente da Câmara.

Alexandre Favaios, que falava aos jornalistas em Gontães, na serra do Alvão, pelas 11.00, disse que este é o fogo, dos três que tiveram início no concelho no sábado – Sirarelhos, Torgueda e São Cibrão - que mais preocupa.

“Temos aqui uma mancha florestal com algum significado, é um trabalho muito difícil, por isso mesmo uma palavra de gratidão para a quantidade de homens e mulheres que durante esta noite estiveram a trabalhar de forma abnegada para que tudo, pelo menos até agora, tenha corrido bem”, apontou.

Alexandre Favaios referiu que, neste momento, "não há aldeias, nem pessoas, nem bens em risco”.

A ocorrência, que começou em Sirarelhos pelas 23:45, mobiliza 110 operacionais, 30 viaturas e sete meios aéreos.

“Aquilo que estamos a verificar é um aumento de meios, esperando naturalmente conseguir debelar esta frente que nos preocupa”, acrescentou.

Este está a ser, explicou, “um trabalho muito difícil”, com os “meios aéreos a fazer trabalho complementar com o trabalho de sapador que está a ser feito no terreno”.

Questionado sobre as dificuldades no combate ao fogo, destacou “o próprio terreno e densidade da mancha florestal que leva a uma propagação com maior intensidade” e por isso, realçou, “este trabalho entre os meios terrestres e os meios aéreos”.

Um outro fogo na zona de Arrabães (Torgueda) está, segundo o presidente, em “fase de consolidação e não inspira grande perigo”, mobilizando 90 homens e 25 viaturas.

No concelho mantém-se ativo um terceiro incêndio, que teve início em São Cibrão, no sábado, mas que se propagou a Sabrosa, onde se desenvolveu com maior intensidade e preocupação, estando no terreno 278 operacionais, 91 viaturas e quatro meios aéreos.

“As necessidades são muitas, todos nós gostaríamos de ter muitos mais meios no terreno, mas nesta perspetiva solidária tentar perceber aquilo que é a gestão mais ponderada destes mesmo meios”, referiu Alexandre Favaios.

Portugal continental está, entre hoje e quinta-feira, em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio nos próximos dias, anunciou hoje a ministra da Administração Interna.

“Face ao agravamento das previsões meteorológicas que apontam um risco significativo de incêndio rural, o Governo decidiu declarar situação de alerta em todo o território continental”, afirmou Maria Lúcia Amaral, numa declaração ao país, sem direito a perguntas.

A situação de alerta entrou em vigor às 00:00 de hoje e prolonga-se até às 23:59 de quinta-feira.

Fotografia: Bruno Taveira


Vento forte aproxima fogo da aldeia de Vila Cova em Vila Real

O vento forte empurrou o incêndio que lavra a serra do Alvão para a aldeia de Vila Cova, onde as equipas de bombeiros foram posicionados para proteger as habitações, disse o presidente da Câmara de Vila Real.

“Houve uma propagação muito rápida, influenciada pelos fortes ventos que se fizeram sentir. Neste momento os meios estão posicionados para proteger as casas nas imediações da aldeia. Vamos acompanhar a evolução deste cenário”, afirmou Alexandre Favaios à agência Lusa.

O autarca repetiu que o vento forte que se faz sentir na serra do Alvão está a dificultar o combate e adiantou que foi pedido, de forma preventiva, a alguns residentes para saírem das casas mais próxima da área florestal.

Este fogo começou pelas 23:34 de sábado na zona de Sirarelhos e evolui para a zona de Gontães e Vila Cova e, segundo a Proteção Civil, para o local estão mobilizados 114 operacionais, 32 viaturas e oito meios aéreos.

Carlos Manuel Lopes Dias, do conselho diretivo de Vila Cova e Mascoselo, disse estar preocupado com o incêndio que se aproximou da aldeia, salientando que a floresta “está a ser completamente destruída”.

“Destrói tudo quanto nós construímos”, salientou, explicando que se trata de uma área mista, com muito pinhal, na qual tem sido feita um grande investimento, pelo que pediu ajuda do Governo.



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