Uma economia assente em pequenas empresas, em atividades “não confinadas” como a construção e agricultura e um terço da população ativa a trabalhar nos serviços públicos são fatores que podem justificar a manutenção do emprego em Vila Real.

“Até ver, a pandemia não teve consequências em termos de desemprego no território”, afirmou hoje à agência Lusa Nuno Augusto, responsável pelo Parque de Ciência e Tecnologia – Regia Douro Park e vereador na Câmara de Vila Real com os pelouro do desenvolvimento económico e desemprego.

No entanto, o responsável advertiu que, quando terminarem os apoios estatais e na retoma da economia, após o segundo confinamento imposto para travar a covid-19, poder-se-á “assistir a alguns encerramentos”.

Segundo dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o distrito de Vila Real tinha em dezembro 8.675 desempregados, mais 160 face aos 8.515 em fevereiro de 2020 um mês antes de surgirem os primeiros casos de covid-19 e de o país entrar em confinamento.

Os concelhos mais populosos do distrito tinham também o maior número de desempregados em dezembro de 2020, com Vila Real no topo com 2.381, seguido de Chaves, com 1.393, e Régua, com 1.066.

Em sentido contrário, os concelhos do distrito de Vila Real com menor número de desempregados no final de 2020 eram Boticas, com 134, seguido de Mesão Frio, com 270, e Sabrosa, com 271.

Na opinião de Nuno Augusto, o território tem conseguido manter o emprego porque tem uma estrutura empresarial muito baseada em atividades que “não pararam”, como a construção, oficinas ou agricultura e referiu ainda que 90% das empresas ligadas ao comércio são micro e pequenas, onde quem trabalha é a própria família e não têm ou têm poucos funcionários.

As grandes empresas da região, como a Continental ou a Lentes Polo, têm também conseguido manter a atividade.

O vereador apontou ainda os serviços públicos, que empregam cerca de um terço da população ativa e onde se destacam, como maiores empregadores, o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), seguindo-se as autarquias, as escolas, os serviços de Finanças ou Segurança Social.

“Depois, há todo um conjunto de apoios e de medidas do próprio Estado, como o ‘lay-off’, que têm ajudado as empresas e também obrigam as empresas a que não façam despedimentos”, acrescentou.

O recurso a “créditos bancários, ao diferimento das prestações e a poupanças das empresas” tem também ajudado, segundo o responsável, na manutenção dos empregos.

“Tem havido um grande esforço por parte das empresas e dos empresários, apoiados também em fundos estatais para a manutenção dos postos de trabalho”, sustentou.

Até ao momento, referiu, chega “pontualmente a informação de uma ou outra empresa que fechou”.

No entanto, acrescentou, as preocupações crescem com este segundo confinamento, que se poderá prolongar até março e “agravar as dificuldades dos empresários e das empresas”.

De acordo com as estatísticas do IEFP, a região Norte contabilizou em dezembro de 2020 um total de 150.308 desempregados inscritos, mais 25.971 pessoas do que em fevereiro.

Em dezembro, o desemprego registado aumentou em todas as regiões, com destaque para o Algarve (60,8%) e Lisboa e Vale do Tejo (41,1%).

PLI (DYMC) // ACG Lusa



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