Durante nove meses, 12 reclusas do Estabelecimento Prisional de Vila Real tiveram oportunidade de aprenderem costura e tecelagem. "Habilitar as prisioneiras e ajudá-las a inserirem-se, de novo, na sociedade" é, segundo Maria Helena Pais, a responsável pela Prosalis, o principal objectivo desta iniciativa.

O projecto é financiado pelo Fundo Social Europeu e, apesar dos estabelecimentos prisionais não dispensarem "qualquer tostão", exige, por parte destes, um aumento de zelo na segurança. Os formadores vêm de fora com os materiais necessários e "tudo isso implica uma grande segurança", explica Maria Helena Pais. O Estabelecimento Prisional de Vila Real uniu-se, assim, a esta iniciativa que também decorre em Aveiro, Leiria, Coimbra e Setúbal.

Antes do curso se iniciar, foi feita a sua divulgação, e um psicólogo encarregou-se de fazer a selecção das formandas. Em cada estabelecimento prisional foi colocado um coordenador que estabelece a ligação entre os formadores do curso e a Associação Prosalis. Para além disso, como confessou Marisa Cima, coordenadora em Vila Real, "muitas das vezes as reclusas aproveitaram para desabafar connosco. A tristeza, a revolta e a pressão em que as prisioneiras vivem, tornou um pouco complicado a coesão do grupo e a execução de trabalhos minuciosos que exigiam muita paciência, mas no final", segundo a coordenadora, "o resultado foi positivo". Marisa Cima sublinha que este curso serviu "como uma fonte de desenvolvimento pessoal para as que irão sair brevemente e que assim poderão entrar no mercado de trabalho, facilitando a sua reinserção na sociedade, e como valorização pessoal, para se afirmarem como pessoas, para as que ali têm de permanecer por muito mais tempo".

O sucesso deste projecto já levou a que a Prosalis fizesse uma nova candidatura ao Fundo Social Europeu para mais uma iniciativa deste género, mas desta vez pretendem dar a vez aos homens com um curso de informática e fotografia.



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