A agência do Banco de Portugal de Vila Real encerra a 31 de Maio, depois de mais de cem anos, segundo despacho publicado segunda-feira em Diário da República, fazendo com que a instituição deixe de estar presente em Trás-os-Montes.

A delegação encerra por decisão do Conselho de Administração do banco central, liderada por Vítor Constâncio, na sequência do \"reduzido número de operações realizadas em Vila Real\" no atendimento quer ao público quer a instituições de crédito.

Em resposta a um requerimento entregue pelo deputado do PSD Ricardo Martins na Assembleia da República sobre aquela delegação, a que a Lusa teve acesso, o Ministério das Finanças e da Administração Pública referiu que Vila Real \"apresenta o mais baixo nível de actividade no conjunta da rede nacional\" do Banco de Portugal.

O ministério salientou ainda o \"claro desajustamento\" entre o número de efectivos disponíveis e a carga de trabalho existente, o que, \"para além de traduzir uma incipiente e decrescente procura dos serviços que o Banco de Portugal disponibiliza naquela agência, tem um efeito negativo na própria realização e evolução profissional dos colaboradores que nela estão inseridos\".

A instituição garante a continuidade nos seus quadros dos seis empregados, caso seja essa a sua vontade, sem prejuízo de considerar a possibilidade de passagem à situação de reforma antecipada dos empregados que reúnam as condições necessárias para o efeito.

Relativamente ao imóvel, o ministério diz, na resposta ao PSD, que o Banco de Portugal promoverá, a \"seu tempo e em cumprimento das regras e procedimentos a que está obrigado\", à alienação do edifício de Vila Real, dando preferência a entidades de interesse público da região.

\"Com este encerramento agora anunciado, a região de Trás-os-Montes e Alto Douro fica sem qualquer agência do Banco de Portugal, depois do encerramento da agência de Bragança, que ocorreu há mais de 15 anos\", referiu Ricardo Martins.

A agência de Vila Real abriu as portas em 1893.

\"Neste contexto de encerramento maciço de serviços públicos, é mais um que nos abandona tratando-se, ainda por cima, de uma instituição centenária\", frisou.

Ricardo Martins considerou ainda que esta notícia \"surpreendeu tudo e todos\" até porque, há cerca de seis anos, o Banco de Portugal investiu uma \"quantia significativa (mais de 1,5 milhões de euros) na remodelação do imóvel\".



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