A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) doou hoje, aos 76 reclusos do estabelecimento prisional de Vila Real, calçado e vestuário apreendidos no âmbito das operações de fiscalização realizadas em todo o país.

O inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, salientou que o objetivo é tentar "transformar o mal em bem", doando o material aprendido em vez de o destruir.

O responsável explicou que, no âmbito da atividade de combate ao ilícito, a Autoridade tem realizado "várias operações significativas", colocando a "ênfase na produção e na grande distribuição e não só no retalho".

"Significa que temos, de facto, apreendido quantidades grandes, uma vez que temos tentado ir, precisamente, à fonte ou ao grande armazenamento, e não apenas e só ao retalho", afirmou.

Pedro Portugal Gaspar referiu que, hoje, no establecimento prisional de Vila Real, foram entregues 200 peças de vestuário e calçado.

À tarde, na Câmara de Vimioso (Bragança), serão entregues bens com vista à doação ao Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora das Dores de Argozelo.

Desde o início do ano, a ASAE doou cerca de 10.000 peças a 50 entidades de 16 distritos, nomeadamente estabelecimentos prisionais, de saúde e instituições de solidariedade social.

Para o recluso Tiago Vieira, este "é um gesto importante". "Existem reclusos carenciados e que precisam de apoio e isto é muito benéfico para nós", afirmou aos jornalistas.

O diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, destacou a articulação mantida com a ASAE e que "tem acontecido de norte a sul do país".

Esta é, na sua opinião, uma ajuda para a população dos estabelecimentos prisionais, onde ainda há "muitas pessoas com grandes carências económicas".

"E, portanto, qualquer apoio que seja possível dar-lhes é um apoio que é importante", sustentou.

Como exemplo de reclusos com dificuldades económicas, Celso Manata elencou alguns casos de pessoas, que encontrou em Olhão, e que estão a cumprir um ou dois meses de prisão "porque não pagaram multas".

"A base do problema é a pessoa não ter meios económicos para pagar e, por isso, é que vai para a cadeia e aí que nós temos que trabalhar. É lamentável as pessoas irem parar a um estabelecimento prisional porque não têm meios para pagar uma multa", referiu.



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