O principal arguido num processo de burlas a empresários da construção civil confessou, no início do julgamento no Tribunal de Vila Real, a autoria de todos os crimes de burla qualificada e branqueamento de que está indiciado.

O processo, que remonta a 2021, envolve um total de 13 arguidos, com idades compreendidas entre os 24 e os 60 anos.

Durante a manhã o coletivo de juízes do Tribunal de Vila Real apenas procedeu à identificação dos arguidos e, à tarde, foi ouvido o líder do grupo, um homem de 35 anos, que está acusado pelo Ministério Público (MP) por 30 crimes de burla qualificada, 15 crimes de branqueamento e 19 crimes de uso de documento de identificação.

O arguido, que se encontra em prisão preventiva, confessou os factos constantes na acusação e disse sentir “vergonha de todo o mal” que fez, alegando estar a passar, na altura, por uma fase má na vida e que se meteu nas burlas para sustentar o vício do jogo.

Referiu ainda que tinha um trabalho fixo, recusando que o esquema de burla fosse o seu modo de vida, e pediu “desculpa a quem fez mal”.

De acordo com a acusação, conjuntamente com o cunhado, de 30 anos, pelo menos desde meados de 2021 e até ser detido em novembro desse mesmo ano, pela GNR, o suspeito terá enganado vários empreiteiros da construção civil num montante total de 50 mil euros, a quem propunha o fornecimento de mão de obra para empreitadas, o que nunca foi concretizado.

O modo de atuar passava por consultar anúncios, em várias plataformas da Internet, através dos quais os empresários procuravam trabalhadores para obras a realizar em Portugal e em vários países da Europa.

Segundo o MP, o principal arguido do processo é ainda suspeito de ter burlado um ex-emigrante no Luxemburgo em 16.800 euros, convencendo-o de que seria capaz de reaver uma verba da Segurança Social daquele país por conta de duas operações a que foi submetido e que seria também capaz de obter 1.600 euros de reforma para a sua esposa.

Os restantes 12 elementos da rede são também suspeitos, em diferente número, de crimes como burla qualificada, branqueamento e uso de documento de identificação.

Alguns são acusados pelo MP de terem colaborado com os arguidos nas burlas, enquanto outros terão fornecido as suas contas bancárias para nelas receberem, e depois passaram para os arguidos os montantes transferidos pelos empreiteiros.

As detenções aconteceram em novembro de 2021, após uma investigação do Comando Territorial de Vila Real da GNR, através do Núcleo de Investigação Criminal (NIC).

Os 13 arguidos aceitaram prestar declarações ao coletivo de juízes do Tribunal de Vila Real.

Foto: Dr



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