Em Setembro deste ano, após uma preocupante crise de saúde, o Padre Manuel Alves, resignou à vida pastoral. Nascera em Parafita, do concelho de Montalegre, em 1931. Terminou o curso de Teologia, no Seminário de Vila Real, em 21 de Junho de 1954.

Depois de servir como Pároco, em Tourém (5 anos), Salto (5 anos) e Santo Estêvão (5 anos), passou os 40 anos seguintes, fortemente empenhado na evangelização e ajuda das gentes de Valpaços. Através do Movimento dos Cursos de Cristandade da Diocese de Vila Real, desenvolveu incessante actividade pastoral.

Festejou o seu 80º aniversário, em Maio de 2011 e a organização desse acontecimento envolveu muitas centenas de pessoas quer das paróquias de Valpaços que lhe estavam confiadas, quer de muitos amigos e admiradores que quiseram aderir, ora do concelho de origem, ora das antigas paróquias que haviam sentido a sua orientação pastoral, nomeadamente: Tourém, Salto e Santo Estevão, (tendo estado 5 anos em cada uma).

A imprensa local, pela mão da jornalista Cátia Mata, escreveu no diárioatual) que nesse dia festivo «Valpaços notou um movimento pouco habitual com a chegada de muitos amigos, quer do concelho de Valpaços, quer do concelho de Montalegre. Mas também amigos de Chaves, Mirandela, Murça, Vila Real e ainda outros vindos de mais longe acorreram para a participação na Eucaristia das 11:horas celebrada pelo próprio Padre Manuel. Estiveram presentes o Grupo de Escuteiros da Paróquia e todos aqueles que o têm apoiado ao longo destes ano. Além disso, cerca de 300 pessoas preencheram o salão de festas da Quinta D. Adelaide Simões na cidade de Valpaços, onde foi servido o almoço e, através de breves alocuções, alguns dos participantes dirigiram ao Padre Manuel palavras elogiosas e justamente merecidas. Esta festa de homenagem terminou com a oferta de algumas lembranças e com as palavras amigas e comoventes do Homem de carácter - Padre Manuel Alves - que nunca vacila perante algumas adversidades que, naturalmente, lhe vão surgindo, salientou aquela jornalista.

Licenciado em Bruxelas, o Padre Manuel Alves, leccionou no ensino público, legou, por sua iniciativa, grandes empreendimentos às paróquias que lhe estiveram confiadas, foi pregador de grandes recursos e escreveu uma dúzia de obras, de entre as quais, os 200 anos da Igreja Matriz de Valpaços. Ninguém poderá ofuscar a menina dos seus olhos: o Santuário de Nossa Senhora da Saúde que veio reforçar as estruturas arquitectónicas da moderna cidade Valpacense.

O Presidente da Câmara de Valpaços, Engº Francisco Tavares, exarou na nota introdutória do livro: 200 anos da igreja Matriz de Valpaços (2008): «Este livro engrandece o Concelho e denota a grande capacidade literária do autor. Trata ele com natural seriedade e desenvoltura os temas religiosos, mas também já nos trouxe as suas achegas à história da sua terra natal, Parafita no concelho de Montalegre. Não sendo um Valpacense por nascimento, as suas obras perdurarão na memória de todos os que amam Valpaços. Sendo uma figura que tem marcado a nossa vida comunitária, tem sabido valorizar essa mesma comunidade, para além do âmbito da Igreja. Homem de fortes convicções, fazendo jus à naturalidade barrosã, sacerdote de palavra e prática emocionantes, Arcipreste que tem conseguido resolver os inúmeros desafios que as paróquias do concelho de Valpaços lhe têm colocado, o Padre Dr. Manuel Alves merece toda a minha consideração e estima!».

Também a Comunidade Barrosã, tem sabido aplaudir a sua postura e o seu apego ás raízes, não tenha ele sido a alma-mater da Banda de Música e conselheiro de muitos dos seus mais jovens conterrâneos.

Retirou-se, serenamente, da vida activa sacerdotal. Teve a gentileza de nos telefonar a dar conta das razões da sua saída, confessando-se cansado, recolheu ao seu ninho em Parafita. Sabendo do muito apreço que temos por ele, pediu-nos para não tornar pública a sua retirada. Pretende mesmo repousar. Mas um Homem como o Padre Manuel Alves, transformou-se, desde há muito numa figura pública. E a opinião pública gosta de saber onde essa figura, escolheu o seu refúgio. Só poderia ser em Parafita, na aldeia onde nasceu e preparou a residência para os seus últimos tempos. Que eles sejam longos, suaves e que muitos dos seus amigos possam partilhá-los. Porque Amigos assim, são cada vez mais raros.



PARTILHAR:

Cursos livres de mandarim

«D. Antónia - uma vida singular»