Henrique Ferreira

Henrique Ferreira

O terrorismo é a arma dos sem-razão

Ocorreram mais dois atentados, dois actos de terror, em Bruxelas, no passado dia 22 de Março, reivindicados já pelo DAESH ou Estado Islâmico. Um no hall de check-in dos voos internacionais do aeroporto de Bruxelas, outro na estação do metro mais próxima do edifício sede principal da União Europeia.

Pelos locais da sua perpretação, os atentados simbolizam um acto hostil aos EUA e à União Europeia. 

Todos nos perguntamos porquê quando a UE dá guarida e pão a 53 milhões de muçulmanos. Todos nos perguntamos porquê tanto ódio. Sobretudo, perguntamo-nos como é possível os nosos próprios «filhos», que nós educámos, odiarem-nos tanto. Sim, porque são «filhos», nossos, nascidos e criados na Bélgica, os autores destes atentados. Que mal lhes fizemos já que eles não reconhecem o bem com que os bafejámos para nos odiarem assim?

É a sociedade europeia assim tão marginalizante étnica e culturalmente? É a sociedade europeia assim tão elitista e tão marginalizadora dos pobres e dos excluídos?. É a interpretação destes «filhos» nossos acerca do ISLAM e do Corão assim tão agressiva e violenta que não consiga tolerar a diferença? Ou trata-se apenas de lutas geoestratégicas entre Irão, Israel, China, EUA e Rússia pelo domínio da Europa, e que passam pelo desejo de empobrecimento e submissão desta?

Não reconheço autonomia de pensamento e de acção ao DAESH. Mas vejo nele um instrumento nas mãos de uma ou mais daquelas potências.

O certo é que a par do apuramento das medidas de segurança, temos de reflectir na origem de tudo isto. Há teses pasra tudo e já ouvi as mais delirantes, sonhadoras e contraditórias como: 1) o DAESH é ujma criação do Irão para destruir Israel; 2) o DAESH é uma criação de Israel para fomentar uma guerra contra os árabes; o DAESH é uma criação dos radicais sauditas para se vingarem dos EUA e de Israel; o DAESH é uma criação da China e da Rússia para aniquilarem a Europa e criarem dificuldades aos EUA; o DAESH é uma criação da Turquia e dos EUA para integrarem a Turquia e os muçulmanos na Europa.

Seja o que for, o DAESH usa a violência física para atingir os seus objectivos. Nega a democracia e todos os processos de entendimento pacífico. Podemos compreender ainda que as consideremos injustas e inapropriadas a uma sociedade de paz, as suas ambições a dominar a Europa e, sobretudo, o Alandaluz (Península Ibérica). Porém, temos de recusar qualquer método violento para alcançar objectivos.


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