Joaquim Queirós, de origem humilde (“gente pobre que trabalhava hoje para comer amanhã”), filho de uma transmontana de Gouvães do Douro (Sabrosa), começou como aprendiz de alfaiate e tornou-se um dos mais notáveis e resistentes jornalistas portugueses. Autodidata, homem de rara cultura, visão atenta e perspicaz sobre o mundo, desenhava com palavras o mais lúcido e sagaz estilo de intervenção no espaço público. Partiu este fim de semana, aos 91 anos.
Foi o meu diretor no velhinho “O Comércio do Porto”. Após o meu período de jornalista estagiário, foi quem me avaliou e integrou nos quadros da redação no início dos anos 80, e sempre acompanhou o meu trabalho, ao longo de dez anos, com palavras de conforto e de estímulo. Um verdadeiro mestre para todos nós, que abraçávamos com entusiasmo a profissão.
Mas influenciou ou inspirou também, a seguirem o mesmo rumo, duas gerações de descendentes: os filhos Eugénio e Jorge Queirós, também jornalistas, e, especialmente, a neta Francisca Laranjo (a “Kika”, como ele lhe chamava, e de quem muito se orgulhava).
As minhas condolências a todos eles. A minha gratidão e homenagem à memória do meu velho Diretor.