Alexandre Parafita

Alexandre Parafita

O adeus ao meu velho Diretor


Joaquim Queirós, de origem humilde (“gente pobre que trabalhava hoje para comer amanhã”), filho de uma transmontana de Gouvães do Douro (Sabrosa), começou como aprendiz de alfaiate e tornou-se um dos mais notáveis e resistentes jornalistas portugueses. Autodidata, homem de rara cultura, visão atenta e perspicaz sobre o mundo, desenhava com palavras o mais lúcido e sagaz estilo de intervenção no espaço público. Partiu este fim de semana, aos 91 anos.

Foi o meu diretor no velhinho “O Comércio do Porto”. Após o meu período de jornalista estagiário, foi quem me avaliou e integrou nos quadros da redação no início dos anos 80, e sempre acompanhou o meu trabalho, ao longo de dez anos, com palavras de conforto e de estímulo. Um verdadeiro mestre para todos nós, que abraçávamos com entusiasmo a profissão.

Mas influenciou ou inspirou também, a seguirem o mesmo rumo, duas gerações de descendentes: os filhos Eugénio e Jorge Queirós, também jornalistas, e, especialmente, a neta Francisca Laranjo (a “Kika”, como ele lhe chamava, e de quem muito se orgulhava).

As minhas condolências a todos eles. A minha gratidão e homenagem à memória do meu velho Diretor.



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