Henrique Ferreira

Henrique Ferreira

A endogamia universitária e politécnica

Nos últimos tempos, o ensino superior tem sido questionado por tentativas sucessivas de controlo corporativo dos concursos para docente, à maior parte dos quais só faltará colocar a fotografia do candidato a prover tais são as limitações que se colocam aos outros candidatos.

Nem a obrigatoriedade, desde 2009, de abrir concursos internacionais e de criar uma engenhosa bateria de áreas, critérios, indicadores e objectos de realização pôs limites ao controlo corporativo dos concursos em favor dos «da casa» e dos amigos externos de outras instituições de ensino superior, quase sempre excluindo as universidades os docentes do politécnico, como se estes fossem de segunda ordem profissional e como se tivessem pessonha.

O mesmo se passa nos artigos científicos, onde raramente os docentes das universidades citam os do politécnico como se osaber destes pertencesse a uma segunda ordem de saber.

Este artigo é motivado pelas críticas que os arautos da esquerda têm dirigido ao novel docente Pedro Passos Coelho (PPC), homem de origens humildes e feito nas agruras e dificuldades da vida. Não sou amigo pessoal de PPC, não sou nem nunca fui militante do PSD, fui militante do PS e já não sou, integrando-me agora na Social-democracia humanista, a que o PSD diz pertencer mas não pratica.

Não tenho a menor dúvida de que PPC será, dentro de 10 anos, visto como o herói que salvou Portugal da bancarrota em 2011 e, por isso, como um dos melhores portugueses. A formiga que ele encarnou não sabia bem o carreiro a seguir e, por isso, a sua acção é ainda mais louvável porque trilhada num contexto de ensaios e erros, tanto a njível nacional como europeu.

As críticas que agora os arautos da esquerda, radical e não só, lhe dirigem por trillhar, com a sua excelente experiência, os caminhos da docência no ensino superior, são, não só injustas como inadequadas e revelam a incapacidade de a esquerda deixar de «remoer o seu próprio fígado» (Jacques Gousdorf) e colher os frutos da experiência de vida concreta.

Aconselho a leitura do texto de Manuel Carvalho, hoje, em Pública e de que aqui deixo o URL: https://www.publico.pt/2018/03/07/politica/opiniao/o-professor-passos-en....

Bragança, 07 de Março de 2018


Partilhar:

+ Crónicas