O optimismo é a melhor das estratégias em educação. Devemos abordar os problemas pelo lado positivo e realçar o que de bom se tem feito para construir a pedagogia do exemplo.
Os últimos meses têm-nos trazido boas e más notícias mas têm sido realçadas as más como o egoísmo dos homens; a corrupção, individual, profissional e institucional; o mau uso da política para fins nepotistas; e várias sortes de crimes como assassínios, roubos, violência de género, assédio sexual, moral e laboral.
A democracia é ainda o melhor dos regimes políticos mas não sobrevive sem justiça: os bons cidadãos têm de ser premiados e os maus castigados. Ao contrário do que é vulgar dizer, a democracia não é esencialmente um regime de liberdade mas sim de liberdade responsável.
Isto implica que a democracia tenha um regime inspectivo aperfeiçoado e forte - para investigar os desvios -, e um aparelho de justiça coeso e coerente para reprimir os desvios. Sem isso, não há democracia e, ultimamente, tem sido evidenciado que nem um nem outro são suficientemente fortes e coerentes em Portugal.
A maldade humana é tão natural como a bondade humana. Julgar que podemos governar pensando que a natureza humana é boa em si mesma é um erro tremendo, só praticado pelas democracias ingénuas e imaturas. As democracias maduras têm um aparelho repressivo fortíssimo balizado pelos direitos humanos e pelo Estado de Direito.
Não admira que os homens sejam corruptos. A história das civilizações oferece-nos Deus como símbolo do Bem e o Diabo como símbolo do Mal. Andam a par e servem para nos dizer que metade da humanidade segue Deus, um Deus, seja ele qual for, e a outra metade segue o Diabo ou tem momentos de seguir o Diabo.
Por isso, são normais a corrupção e a cunha ou compra de influências. O que não é normal é todos assobiarem para o lado perante elas, uma atitude que mina a moral e os costumes e incentiva os cidadãos à corrupção porque é o exemplo que os responsáveis e os ricos lhes apresentam como modelo de sucesso.
