O presidente da Câmara de Vila Real classificou hoje como "lamentáveis" as críticas do secretário-geral do Eixo Atlântico a Emídio Gomes, presidente exonerado da Comissão de Coordenação do Norte, considerando ainda que "envergonham" os municípios desta associação transfronteiriça.

Xoan Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico (que agrega 38 municípios portugueses e galegos) acusou Emídio Gomes de ser "o pior presidente que passou" pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e defendeu ser necessária uma auditoria para averiguar eventuais irregularidades na atribuição de fundos comunitários.

"São declarações lamentáveis de quem não tem legitimidade nem autoridade para as fazer. São declarações de alguém que é apenas e só funcionário do Eixo Atlântico", afirmou o presidente de Vila Real, o socialista Rui Santos.

Numa reação à entrevista dada por Xoan Mao à agência Lusa, o autarca transmontano disse que "lamenta profundamente" as declarações do secretário-geral e anunciou que vai pedir urgentemente ao presidente do Eixo Atlântico e da Câmara de Braga, Ricardo Rio, "que rapidamente tome conta da situação e censure este tipo de posição".

"É uma posição que envergonha o Eixo Atlântico e aqueles que fazem parte do Eixo Atlântico e é um ataque maldoso quer ao professor Emídio Gomes quer ao Estado Português", sublinhou Rui Santos.

Emídio Gomes foi, no início do mês, exonerado do cargo pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, depois da polémica em torno dos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU) que alguns municípios recusaram assinar.

Para Xoan Mao, "o Governo português geriu muito mal este processo, fundamentalmente porque não reparou que estava a cair numa armadilha, montada por alguém muito esperto e com uma militância política e ambições políticas muito concretas".

"Xoan Mao está há muito tempo, se calhar há demasiado tempo, como secretário-geral do Eixo Atlântico e confunde o Eixo Atlântico com a sua casa. Vejo-o com frequência tomar posições relativamente a Portugal, mas nunca o vi tomar posições idênticas relativamente a Espanha", salientou o autarca de Vila Real.

Rui Santos reafirmou que o presidente da CCDR-N, Emídio Gomes, foi um homem "de enorme verticalidade, de enorme transparência, de equidade e que fez o melhor que sabia e podia em prol da região, olhando-a como um todo".

"Houve uma divergência com o Governo e o senhor ministro resolveu exonera-lo, é uma decisão legítima mas não deveria merecer um comentário de alguém que nada tem a ver com esta questão e que aproveita este facto para atacar o Governo português de forma inacreditável e para atacar o trabalho de Emídio Gomes", conclui o presidente.
Lusa



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