Um grupo de investigadores, liderado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro conseguiu avanços importantes no estudo do cancro da mama, a partir de experiências realizadas com ratos fêmea nos seus laboratórios.

 

A investigação, financiada pela FCT, decorreu em parceria com a Universidade de Aveiro no âmbito do projeto “Avaliação bioquímica, morfológica e funcional do catabolismo muscular associado ao cancro da mama: o papel do exercício físico”. Integram a equipa, pela UTAD, Ana Faustino, Mário Ginja, Adelina Gama, Paula A. Oliveira, Maria João Pires e Bruno Colaço, e, pela Universidade de Aveiro, Rita Ferreira.

Uma investigação liderada pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto-douro (UTAD), em parceria com a Universidade de Aveiro, no âmbito do projeto “Avaliação bioquímica, morfológica e funcional do catabolismo muscular associado ao cancro da mama: o papel do exercício físico" teve como objetivo avaliar os efeitos da atividade física de longa-duração, ao longo de 35 semanas, no cancro da mama quimicamente induzido por um agente carcinogénico.  

No processo, foram utilizados 50 ratos fêmea daquela estirpe com 4 a 5 semanas de idade e, após um período de quarentena e de adaptação às condições do laboratório, os animais foram aleatoriamente divididos em quatro grupos experimentais. Mas apenas os animais de um grupo receberam o agente carcinogénico. Após um período de adaptação, os animais dos grupos 2 e 4 foram exercitados num tapete rolante a uma velocidade constante de 20 metros por minuto, 60 min/dia, 5 dias/semana, nas 35 semanas. No final do protocolo experimental, verificou-se que todos os animais dos grupos MNU desenvolveram cancro da mama, e, como expectável, os animais dos grupos controlo não desenvolveram qualquer lesão neoplásica.

Na análise dos dados obtidos por ultrassonografia e imunohistoquímica observou-se uma maior vascularização das neoplasias dos animais que foram submetidos ao protocolo de exercício físico.

Segundo uma das investigadoras, Ana Faustino, o protocolo de exercício físico com a duração de 35 semanas aplicado neste trabalho foi o mais longo realizado até à data neste modelo. «Se pensarmos na translação para o Homem, equivale a aproximadamente 25 anos de prática de atividade física moderada», refere a jovem cientista, acrescentando: «Os resultados obtidos sugerem que a prática de exercício físico ao longo da vida contribui para uma redução do número de lesões neoplásicas e da sua agressividade, e para uma maior vascularização dessas lesões.

Esta redução na agressividade das lesões neoplásicas do grupo exercitado poderá estar relacionada com a maior vascularização dessas lesões e, consequentemente, à redução da hipoxia que, segundo alguns autores, induz uma maior agressividade das lesões neoplásicas. Assim, os resultados suportam a prática de exercício físico moderado para a prevenção de cancro da mama, ou mais concretamente, de fenótipos mais agressivos desta doença.

 

Foto: José Paulo Santos

 



PARTILHAR:

“Sei que o amor é tudo”

Mil pessoas num arrastão de 12 toneladas de pedra