O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, comemora hoje o primeiro aniversário com um «reencontro» entre a pintora transmontana e Paula Rego num espaço já visitado por mais de 20 mil pessoas.

«Surpresa por Bragança ter um espaço cultural desta dimensão e qualidade» é a impressão mais registada no livro de honras pelos visitantes que chegam de todo o país e da vizinha Espanha, segundo contou à Lusa o director do Centro, Jorge da Costa.

O responsável não tem dúvidas de que o espaço, inaugurado há um ano pelo primeiro-ministro, José Sócrates, «faz já parte do círculo nacional de centros de exposições de arte contemporânea».

As quatro exposições realizadas, que permitiram ver em Bragança obras de artistas nacionais de renome, contribuíram para estes resultados, na opinião do director, que encara a próxima mostra como «um grande teste aos visitantes».

Paula Rego é «o nome incontornável» da pintura portuguesa escolhido para assinalar o primeiro aniversário com uma exposição composta por meia centena de quadros que dão uma panorâmica de quase 50 anos de carreira, desde os anos de 1960 até 2008.

Os quadros foram cedidos por um dos maiores coleccionadores privados de arte em Portugal, Manuel de Brito.

As obras são, segundo a apresentação do Centro de Arte Contemporânea, representativos do percurso da pintora, radicada em Londres, que transpõe para a tela temas controversos e socialmente incómodos como a opressão e o castigo, a humilhação, a tirania e o medo, o aborto clandestino ou a vingança.

O universo feminino merece uma atenção especial de Paula Rego, da mesma forma que é um tema presente na obra de Graça Morais, uma jovem pintora quando há mais de 20 anos foi convidada por Paula Rego para passar um mês em Londres.

Alguma das obras que surgiram neste contacto e no período em que ocorreu, entre 1986 e 1987, constituem o «Sagrado e o Profano» da nova exposição do acervo de Graça Morais, patente em simultâneo com a de Paula Rego até 15 de Outubro.

As duas exposições vão também permitir um «reencontro» das duas pintoras durante o Verão, já que Paula Rego não vai poder estar na abertura por motivos profissionais que a levam ao México, mas prometeu que visitará mais tarde este espaço de Bragança.

Presença assídua é a de Graça Morais que acarinhou o centro, dando uma atenção especial aos jovens e crianças com uma programação para «descobrir a arte brincando» com visitas guiadas, jogos e outras actividades.

O director confirma que o nome de Graça Morais tem sido um chamariz ao mais recente espaço cultural de Bragança, instalado num antigo solar adaptado pelo arquitecto Souto Moura.

O centro está aberto diariamente, menos à segunda-feira, das 10:00 às 18:30, aos domingos de manhã a entrada é gratuita e, além das exposições, proporciona também oficinas de prática artística.



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