O número de criadores e o efectivo de animais de raça bovina mirandesa está a diminuir «drasticamente» nos concelhos de Vinhais e Bragança, segundo revelou Fernando Sousa, secretario técnico da Associação de Criadores de Raça Bovina Mirandesa. A situação fica a dever-se à estrutura fundiária da região, terrenos de pequena dimensão e muitos afastados.

Para o responsável, é essencial que o Governo tome medidas que \"facilitem a reestruturação fundiária. \"Com o despovoamento das aldeias do interior, torna-se necessário disponibilizar terras para a instalação de jovens agricultores. A agro-pecuária é a única forma de manter vivas as aldeias e de fixar população\", afiançou Fernando Sousa.

A planificação deste importante sector poderia ser assegurada por instituições públicas, como a Comissão de Coordenação e de Desenvolvimento Regional-Norte, parques naturais e municípios. \"Toda a estrutura fundiária da região terá de ser revista, pois já se fizeram inúmeras tentativas de emparcelamento, mas sem resultados visíveis\", garantiu aquele responsável.

Fernando Sousa recordou que o nosso país irá ter um novo Quadro de Referência Estratégica Nacional e não se tomam medidas para uma reorganização do espaço que permita uma dimensão adequada de exploração e de efectivo animal. Actualmente, uma exploração não consegue sobreviver com menos de 30 animais. No entanto, a partir de 2013, salientou, \"quem não tiver uma exploração com cerca de 70 vacas de carne não será competitivo neste sector\".

O efectivo no Solar da raça bovina mirandesa, que engloba seis concelhos do distrito de Bragança, ronda as 4200 vacas para a produção de carne. O número de criadores de bovinos diminuiu cerca de 70% na última década, rondando actualmente os 600, repartidos por todos os concelhos do Solar.



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