O ex-governador civil de Bragança, José Manuel Ruano, faleceu segunda-feira aos 56 anos após um percurso ligado ao associativismo agrícola e à militância no CDS-PP, divulgou hoje fonte ligada à família. José Manuel Ruano foi encontrado morto numa quinta de que era proprietário, em Freixo-de-Espada-à-Cinta, com indícios de disparo de arma de fogo.

Fonte da GNR, chamada ao local, disse à Lusa ter sido encontrada uma arma junto ao corpo, não existindo suspeitas de crime.

O caso foi entregue à Polícia Judiciária enquanto se aguardam os resultados da autópsia.

De acordo com fonte próxima da família, Ruano sofria de doença oncológica, há vários anos, e nos últimos tempos terá tido várias recaídas graves.

José Manuel Ruano foi nomeado governador civil, em Abril de 2002, pelo governo de coligação PSD/CDS-PP, liderado por Durão Barroso.

«Usar o consenso como arma para a região», foi o lema que adoptou nas funções que exerceu durante três anos, até às legislativas de 2005, onde a vitória do PS o levou a abandonar funções.

Além da militância no CDS-PP, desde a década de 1980 que o seu nome esteve sobretudo ligado ao associativismo agrícola.

Como costumava dizer, «encostou» o diploma de Direito para se tornar empresário agrícola, «apesar de acusado pelos colegas de estar a cometer uma loucura».

Tornou-se num dos maiores empresários do sector em Trás-os-Montes, onde esteve sempre ligado a diversas associações, nomeadamente à Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), organismo que ajudou a instalar na região e em que sempre exerceu cargos directivos.

Foi também representante nacional do sector do azeite em Bruxelas e presidiu ao conselho nacional desta área da lavoura, mantendo-se sempre no concelho de Torre de Moncorvo, no sul do distrito de Bragança, onde desenvolvia a sua actividade.

Do curso de Direito, José Manuel Ruano ficou apenas com uma fugaz passagem pela conservatória do registo predial de Macedo de Cavaleiros, em 1976/77, depois de ter regressado de Timor Leste, onde comandou a polícia militar, na altura em que Portugal se retirava da ilha.



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