A viatura com explosivos interceptada sábado num controlo em Espanha, próximo da fronteira com Portugal, não estava preparada para ser usada de forma imediata, como carro-bomba, disse o delegado do governo em Castela e Leão.

Miguel Alejo explicou aos jornalistas que a carrinha, conduzida por um alegado membro da organização separatista basca ETA, foi já transportada para Madrid, para ser analisada.

O veículo seguia em direcção a Portugal, quando foi interceptado pela Guarda Civil, numa localidade a cerca de 20 quilómetros da fronteira. Alejo descartou que a carrinha com explosivos viesse a ter como alvo qualquer destino nesta região espanhola, saudando o facto dos controlos da Guarda Civil na zona terem conseguido detectar a viatura.

Até ao momento, desconhece-se a identidade dos detidos ou qualquer informação sobre a quantidade e o tipo de explosivos que a carrinha transportava. O condutor e uma mulher que conduzia um segundo veículo, escaparam para Portugal, mas acabaram por ser detidos pela GNR, depois de uma perseguição policial em que as autoridades tiveram que fazer disparos para intimidar os fugitivos, disse este domingo fonte daquela força militarizada.

De acordo com a fonte, os dois elementos, interceptados, sábado, em Espanha junto à fronteira numa carrinha carregada de explosivos, vão ser entregues à Polícia Judiciária, que tomará conta deles até estar concluído o processo judicial que se segue.

Os suspeitos, um homem e uma mulher, entraram em Portugal na fronteira de Bemposta, e a fuga prolongou-se por várias dezenas de quilómetros até Torre de Moncorvo, no sul do distrito de Bragança. O homem conseguiu fugir do controlo policial em Espanha, roubando o carro patrulha dos agentes da Guarda Civil.

«Logicamente (os agentes), devem ter deixado as chaves na ignição» do carro, explicou Alejo, o que permitiu que o homem fugisse. Os agentes, que inicialmente pararam a carrinha, comprovaram que esta tinha explosivos, pelo que deram depois ordens para a evacuação de vários edifícios próximos, por se temer que pudesse ser um carro-bomba.

Uma equipa de desactivação de explosivos (TEDAX) foi enviada para o local onde descartou a possibilidade de que se tratava de uma carrinha armadilhada. Os explosivos e outro material encontrado na carrinha foram recolhidos, mas a polícia até agora preferiu não revelar mais pormenores para não afectar a investigação.

Um dos dados que se está a comprovar é se esta carrinha teria ou não qualquer vínculo com os dois elementos da ETA detidos no sábado em França. Alejo destacou o sucesso das operações de controlo de rotina que estão a levar-se a cabo em toda a comunidade de Castela e Leão.

Destacou ainda o que disse ser a extensa colaboração e «permanente contacto» que as autoridades policiais espanholas e portugueses mantém tanto no combate ao terrorismo como a outras formas de criminalidade.



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