O PSD vai pedir, na Assembleia Geral de Apuramento, o esclarecimento dos resultados eleitorais no distrito de Bragança, onde o partido perdeu para o PS por 15 votos, disse hoje à Lusa o presidente da distrital.

Segundo Jorge Fidalgo, o PSD “não está a pôr em causa os resultados”, apenas “está a reclamar um esclarecimento” devido a uma situação que o partido detetou no acompanhamento dos resultados na página oficial, ao longo da noite eleitoral.

O presidente da distrital explicou à Lusa que, quando faltava apenas uma freguesia por apurar, a de Olmos, no concelho de Macedo de Cavaleiros, o PSD estava à frente com mais 63 votos que o PS.

Na atualização seguinte dos votos, o PSD passou para trás por um voto e quando fechou o resultado perdeu naquela freguesia por sete votos.

“Depois, o PSD aparece a perder por 15 votos”, concluiu, referindo-se ao resultado final no distrito de Bragança, em que os sociais-democratas perderam um deputado e o PS ganhou, pela segunda vez, as eleições nacionais, passando a ter dois eleitos e o PSD um no círculo eleitoral de Bragança, na Assembleia da República.

Jorge Fidalgo acredita que “haverá uma justificação” para o resultado apurado e, por isso, reclama que seja esclarecida a situação, o que irá formalizar quando se reunir a Assembleia Geral de Apuramento dos resultados eleitorais.

“O que vamos fazer é evidenciar que não bate certo, esta informação”, enfatizou.

O PSD obteve nestas eleições um resultado idêntico a 2019, com 26.480 votos (40,28%), enquanto o PS subiu de 23.163 votos, em 2019, para 26.495 (40,3%).

O PS tornou-se, pela primeira vez, maioritário neste círculo eleitoral, com dois dos três lugares na Assembleia da República.

Esta é a segunda vitoria dos socialistas em eleições nacionais neste distrito, depois da maioria absoluta de José Sócrates, em 2005, em que o partido ganhou na região, mas ficou com dois deputados e o PSD com o mesmo número, quando este círculo eleitoral ainda elegia quatro parlamentares.

Nas eleições de hoje, e com o total das 226 freguesias dos 12 concelhos apuradas, o PS ficou à frente com mais 15 votos e elegeu dois deputados e o PSD elegeu um, num distrito tradicionalmente de direita, segundo os resultados oficiais.

Os eleitos socialistas são dois membros do Governo que vai cessar funções, concretamente Sobrinho Teixeira, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, e Berta Nunes, secretária de Estado das Comunidades Portugueses.

Sobrinho Teixeira é professor do ensino superior e foi presidente do Instituto Politécnico de Bragança e estreou-se como candidato, encabeçando a lista do PS pelo círculo eleitoral de Bragança.

A médica Berta Nunes deixou a Câmara de Alfândega da Fé, em 2019, para integrar a lista socialista às legislativas, também em segundo lugar, e foi escolhida para integrar o Governo liderado por António Costa.

Da bancada socialista sai o antigo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que se demitiu na sequência dos incêndios de 2017 e ocupou até agora o lugar de deputado, tendo também integrado a lista às legislativas de 2022, mas em terceiro lugar.

O PSD trocou de lugar com o PS e passa a ter apenas um deputado por Bragança na Assembleia da República, mantendo-se lugar Adão Silva, atual líder parlamentar e que já leva quase um total de 30 anos como deputado.



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