A aprovação da actual Constituição da República Portuguesa deveria ter posto termo aos regimes de privilégio então (1976) existentes em Portugal -- e, designadamente, ao regime de privilégio de que a Igreja Católica Romana aí tem vindo a auferir desde sempre.

Trata-se tão simplesmente de garantir que, no Portugal moderno a que aspiramos, nenhum cidadão possa ser discriminado, positiva ou negativamente, designadamente, por razão de crença ou de não crença religiosa.

Contudo, por muitas razões que a História nos há-de exlicar -- ou ir explicando... --, tal não sucedeu e, apesar dos (bons) propósitos dos constitucionalistas de 1976, até aos dias de hoje, a Igreja Católica Apostólica Romana continuou a assumir-se no país como se continuasse investida no seu velhíssimo estatuto de «Religião de Estado».

Um dos muitos espaços de intervenção em que esse (abusivo) estatuto de primazia e exclusividade se faz sentir é o da assistência espiritual/religiosa a doentes internados em estabelecimentos da Rede de Saúde Pública e, no momento em que, ao que parece, o Governo da República (Ministério da Saúde) procura definir uma regra equilibrada e equitativa na regulamentação daquela actividade assistencial, os bispos católicos saem a terreiro em aceso protesto de tipo... sindical, já que, como é bom de ver, estão sobretudo em causa relações laborais (vínculos e salários) dos seus capelães.

A «coisa» chegou mesmo ao ponto de o Cardeal José Policarpo, em recente intervenção sobre a matéria -- e em aparente «acto falhado» --, ter acabado a lembrar que o caso das capelanias hospitalares... \"tem ainda muita loiça para partir\" !!!



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