O presidente do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), Henrique Santos, justificou a inviabilização da construção de parques eólicos no Parque Natural de Montesinho (PNM) pela necessidade de preservar a sua imagem de natureza preservada.

\"Tem um forte potencial, e uma enorme capacidade de atracção a nível regional dada a sua imagem, que demorou muitos anos a construir\", referiu anteontem, em Bragança, durante o debate público sobre a proposta de Plano de Ordenamento actualmente em discussão.

Henrique Pereira dos Santos defendeu que a proposta é um regulamento administrativo e que \"foi a solução encontrada\" para o enquadramento jurídico da área

A proposta de ordenamento inviabiliza a concretização de planos considerados estratégicos para a região. Em causa poderá estar um investimento de 200 milhões de euros em projectos de energia eólica que uma empresa irlandesa quer fazer em Bragança e Vinhais

O responsável pela Direcção de Agricultura do Norte, Carlos Guerra, antigo director da área protegida e ex-presidente do então ICN, disse que o plano \"não perspectiva o futuro, só reflecte o passado, e o passado foi mau\". Guerra considera que o documento contém \"demasiadas restrições\", e não se percebe um envolvimento claro das populações.

Da proposta constam 27 restrições, 32 condicionamentos e apenas 22 medidas de apoio ao desenvolvimento. O que leva os autarcas de Bragança e Vinhais a protestar e ameaçar com revoltas nas aldeias. A proposta condiciona ainda a construção de uma ligação, em perfil de Itinerário Principal, entre Bragança e a Puebla de Sanábria (Espanha). Também a construção da Barragem das Veiguinhas, que resolveria o problema de abastecimento de água a Bragança, poderá não ser viabilizada, uma vez que não são previstas novas barragens e albufeiras. O presidente do ICN justifica que há projectos excepcionais, que são permitidos desde que não exista outra alternativa\". Além disso esclareceu que foi aplicada a legislação comunitária.

A área protegida foi criada há 24 anos e desde então têm sido feitas várias tentativas de elaboração do plano de ordenamento, mas sem sucesso.



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