Três artistas residentes da Galeria História e Arte de Bragança, mais um artesão local convidado, viajaram até Paris onde estiveram entre os dias 19 e 22 de maio a expor as suas obras na galeria Ateliers d’Artistes de Belleville.

 

Num projeto de intercâmbio artístico e cultural, a Galeria História e Arte de Bragança transportou até à Cidade Luz três dos seus artistas residentes. Assim, durante os dias 19, 20, 21 e 22 de maio, decorreu na galeria Ateliers d’Artistes de Belleville uma exposição coletiva. A intenção é criar uma aproximação entre dois territórios diversos, mas que as galerias intervenientes relacionam numa narrativa conjunta. A vontade, o interesse e a curiosidade mútuas são os elementos que propiciam esta ligação que será para manter e que definem os contornos deste novo território coletivo.

“Na persistência de uma cartografia emocional ampliamos neste novo caminho o nosso território-rede até Belleville”, revelou a responsável pela galeria brigantina. Na opinião de Emília Nogueira, “correu tudo muito muito bem”, confidenciando, ainda, que “o acolhimento foi excelente e as obras artísticas suscitaram verdadeiro interesse, tivemos imensos visitantes, vendemos várias obras e os nossos artistas regressaram cheios de inspiração e confiantes no trabalho criativo que desenvolvem”.

Quanto aos verdadeiros protagonistas, da galeria História e Arte de Bragança foram selecionadas várias obras de três dos artistas residentes, bem como de um artesão local convidado. Foram eles Carmelo Calvo, de Valhadolid, Espanha, João Ferreira, mais conhecido por Janjã e Miguel Moreira e Silva, ambos da cidade de Bragança, e António Fernandes. 

“São três autores muito diferentes nas técnicas e nos materiais, mas aproxima-os o olhar crítico sobre o território e o respeito pela ancestralidade de todas as vidas que antes deles o tentaram modelar”, desvenda uma das mentoras deste projeto. “O território é percebido num sentido amplo que rompe a fronteira política que divide Portugal e Espanha criando na galeria História e Arte um espaço transfronteiriço comum”, acrescentou a coordenadora da galeria, para quem este entusiasmo recolhido em Paris “é importantíssimo”. Sobretudo para os autores das obras que integram este projeto, pois são artistas com pouca visibilidade e sem apoios institucionais, o que por vezes dificulta, inclusive, economicamente, os diferentes percursos criativos que os artistas desenvolvem.

“Foi uma experiência incrível, aprendemos todos muito”, sublinha Emília Nogueiro, que acompanhou os artistas na sua visita a Paris. “Tendo em conta que se tratou de uma iniciativa apenas apoiada pela vontade dos seus intervenientes penso que se tratou de algo absolutamente revolucionário, sobretudo para artistas de Bragança onde os movimentos associativos se contam pelos dedos e não têm a dinâmica das associações de artistas de Belleville, Paris”, destacou a responsável

Depois deste intercâmbio realizado em França, prepara-se, agora, a vinda dos artistas de Belleville a Bragança na segunda quinzena de Outubro, bem como o já tão aguardado regresso a Paris em maio do próximo.
 

 


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