A greve de 24 horas anunciada para hoje dos trabalhadores da fábrica Faurecia, em Bragança, por melhores salários, teve uma adesão entre 60% e 70%, revelou à Lusa o dirigente sindical na empresa Márcio Pinheiro.
Segundo o responsável sindical, a empresa tem cerca de 450 trabalhadores e “apenas os eventuais e os temporários não participaram na paralisação” marcada pelo SITE-Norte, acrescentou o sindicalista.
Os trabalhadores em greve estiveram concentrados em frente às instalações da empresa entre as 11:00 e as 13:00, reclamando pela falta de acordo quanto à revisão salarial e cujas negociações decorrem desde o início do ano.
No domingo, em comunicado, a federação sindical Fiequimetal (afeta à CGTP) responsabilizou a nova administração pela greve, alegando que desde a primeira reunião de negociação do caderno reivindicativo, em 24 de janeiro, até à última reunião, em 11 de julho, houve "falta de resposta e de compromisso da parte patronal" e a proposta de aumento salarial é "de tostões".
"A nova administração desvaloriza totalmente todas as reivindicações dos trabalhadores, desde o aumento salarial, aos subsídios de transporte, limpeza e manutenção de farda, alimentação, bem como diuturnidades e gozo de férias. Tenta assim cortar com um percurso de algum reconhecimento, seguido pela anterior administração, ao nível salarial e de condições de trabalho", lê-se no comunicado.
Segundo a estrutura sindical, os trabalhadores "não aceitam um aumento salarial de tostões", argumentando que a empresa tem apresentado todos os anos cada vez mais lucros (14 milhões de euros em 2022, 17 milhões de euros em 2023 e 18 milhões de euros em 2024).
A greve de hoje foi aprovada em plenário de trabalhadores no dia 15 de julho, tendo Márcio Pinheiro revelado à Lusa ter sido feito um novo pré-aviso de greve, para 21 de agosto, caso a administração “não faça uma proposta que vá ao encontro das pretensões dos trabalhadores”.
A Faurecia pertence ao grupo francês Forvia, um dos maiores na produção de componentes para automóvel, que tem várias fábricas em Portugal.
A Lusa tentou obter uma reação da administração, mas até ao momento não foi possível.