Em cerca de 600 chamadas registaram-se , em Bragança, 105 falsos alertas de incêndio, que poderão esconder situações organizadas com o objectivo de desviar as atenções para fogos postos noutros locais. Foram identificados 27 autores de chamadas falsas, que foram alvo de processos de contra-ordenação.

Os falsos alarmes são problemáticos porque mobilizam todos os meios disponíveis, designadamente helicópteros e bombeiros, absorvendo os recursos que poderiam ser canalizadas para situações de fogo real.

O governador civil de Bragança, Jorge Gomes, diz que prefere pensar que se trataram de \"brincadeiras de mau gosto\".No entanto admite que podem ser coisas \"elaboradas para desviar os meios e as atenções para poder fazer o fogo posto\", conforme afirmou ontem durante a sessão de apresentação do balanço dos fogos deste ano.

Vários casos foram entregues às autoridades que estão a investigar o assunto. \"Este ano, temos a sensação que houve falsos alertas para que o fogo se desenvolvesse noutros locais\" disse Jorge Gomes. As autoridades detiveram três incendiários, mas a principal causa dos incêndios é o descuido humano e não o fogo posto.

Este ano, registaram-se 514 incêndios no distrito, que devastaram 2402 hectares de terreno, no ano passado arderam mais de sete mil. Os melhores resultados ficam a dever-se à recolocação dos meios aéreos, uma vez que os dois helicópteros utilizados este Verão são muito mais eficientes do que os dois aviões que estiveram estacionados no aeródromo em 2005. Jorge Gomes já solicitou um terceiro helicóptero para 2007, a colocar num ponto estratégico, do sul do distrito.

O concelho mais problemático é o de Carrazeda de Ansiães, onde houve 64 ocorrências. O governador civil defende que no próximo ano será preciso trabalhar na prevenção, na sensibilização e eventualmente na vigilância da zona, criando um corpo mais alargado e mais próximo



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