O presidente da Casa do Douro mostrou-se ontem «perplexo» por o Governo ainda não ter agendado a assinatura dos protocolos que permitirão à instituição tomar posse das acções compradas à Real Companhia Velha há 10 anos.

Manuel António Santos disse ontem que o actual Governo se envolveu na negociação de documentos \"absolutamente essenciais à recuperação da Casa do Douro e à mobilização dos viticultores durienses\".

No entanto, \"causa grande perplexidade que agora o Governo não se tenha disponibilizado para subscrever o que acordou, tanto mais que já assumiu várias datas para o efeito\".

Segundo o responsável, mediante o acordo que será estabelecido com o Estado, os processos judiciais relativos à compra das acções da Real Companhia Velha vão ser arquivados e a instituição poderá tomar posse efectiva das acções.
A Casa do Douro comprou 40 por cento das acções daquela empresa produtora de vinhos por 45 milhões de euros, mas problemas legais e acções em tribunal acabaram por protelar a posse e benefício dessa compra.

O dirigente referiu que o Governo poderá dar agora o aval final a este negócio, que poderá \"atenuar\" os problemas financeiros da Casa do Douro. Além deste acordo, o Governo e a Casa do Douro estão ainda a ultimar outro acordo que vai possibilitar à instituição vender parte dos stocks de vinho do Porto e ficar com 15 por cento dos lucros obtido nos negócios.
Em cima da mesa estão ainda mais dois protocolos relacionados com o cadastro e serviços laboratoriais.

O acordo entre o Governo e a Casa do Douro prevê que a gestão e a titularidade do cadastro das vinhas do Porto e Douro continue a ser assegurada pela instituição duriense. Manuel António Santos afirmou que a Casa do Douro \"quer acreditar\" que, a \"breve prazo\", se subscreverão os acordos negociados.

Mas, segundo o responsável, se \"assim não suceder nos próximos dias, a instituição duriense levará por diante iniciativas que demonstrarão de forma inequívoca, absolutamente exemplar e visível em todo o país, que o Douro está farto de promessas, de enganos e de insultos\".



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