Caso a queda de chuva que afecta a região transmontana não faça um interregno nos próximos dias, a produção de cereja poderá estar comprometida, pelo menos na região da Terra Quente, onde o fruto amadurece mais cedo. Esta é a perspectiva dos dirigentes da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé.

Segundo João Henriques, dirigente daquela cooperativa, as perdas já se fazem sentir em cerca de 20% da produção de cereja deste ano. A cereja que aparece mais cedo já começou a rachar, o que vai fazer com que o fruto apodreça e não possa entrar nos circuitos comerciais.

\"Se a chuva continuar com esta intensidade nos próximos dias a perda de produção poderá chegar aos 60% de toda a colheita. Tínhamos uma perspectiva de colheita que rondaria as 50 toneladas, mas com este tempo a situação torna-se preocupante\", garantiu o dirigente agrícola.

No ano passado a produção de cereja nos pomares CAAF rondou as 30 toneladas. Este ano previa-se um aumento na produção de cereja, no entanto as condições climatéricas influenciam e muito este período de colheita. A área de pomares de cereja propriedade da CAAF foi aumentada em cerca de 20 hectares, para garantir qualidade e quantidade.

\"Para já a cereja mais tardia ainda não corre risco de se perder, mas não se podem fazer prognósticos,\" afiançam alguns produtores. Nesta altura do ano a produção de cereja é uma importante fonte de rendimento para os agricultores daquele concelho da Terra Quente transmontana, sendo a CAAF o maior produtor do concelho.

Ao que JN apurou há situações idênticas no concelho de Mirandela onde há igualmente produtores preocupados com a quebra de produção de cereja devido a chuvadas que continuam a cair. A agravar a situação provocada pelo mau tempo, estão os gasto s com a manutenção dos pomares, e o preço da mão-de-obra para apanha da cereja, cujos valores de cada jornada estão já calculados em cerca de 30 euros/dia.

\"A cereja é um fruto que tem de se apanhar com cuidado e colhendo-se em média 50 quilos por pessoa, o que fica dispendioso, avança João Henriques. Na Feira da Cereja (de 6 a 10 de Junho), não haverá falta de cereja tanto quantidade como em qualidade.



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