O cabo da GNR tinha 28 anos de carreira. Uma noite, ao correr atrás de um jovem, disparou para o chão, uma bala fez ricochete e atingiu o fugitivo na nádega. Em Bragança, foi condenado a uma pena suspensa, confirmada pela Relação do Porto.

Madrugada de 8 de Julho de 2005. O militar da GNR, actualmente na reserva, encontrava-se de serviço na secretaria do quartel quando um dos vidros do edifício foi estilhaçado por uma pedra.

No exterior, deparou com três jovens, um dos quais teria sido o responsável pelos danos na janela, causados acidentalmente, numa \"brincadeira\" entre amigos. Decidiu então identificá-los.

De acordo com o que foi dado como provado no julgamento, o guarda, com cerca de 50 anos, puxou da arma de serviço e começou por fazer um \"disparo de aviso\".

Enquanto dois dos suspeitos fugiram, um terceiro foi agarrado pelo militar, mas empurrou-o e tentou escapar.

Foi na altura em que o cabo da GNR seguia a pé no encalço do jovem, de 23 anos, que as coisas correram mal.

Desferiu dois disparos de intimidação para o chão, mas uma das balas acabaria por fazer ricochete e alvejar o fugitivo na nádega esquerda.

Os juízes concluiram que o arguido teve uma \"conduta negligente\". Consideraram que ele \"violou um dever objectivo de cuidado\" ao disparar enquanto corria e a uma distância da vítima não superior a 30 metros.

O tribunal entendeu ser \"previsível\" que as balas contra o chão mudassem de trajectória.

O militar contrapÎs, argumentando que os tiros foram efectuados para o ar, mas que, naquele momento, desequilibrou-se ao pisar em falso no lancil do passeio. Nesse contexto, disse o arguido, a pistola \"baixou\" e o tiro viria a atingir o jovem acidentalmente.

O Tribunal da Relação do Porto confirmou, no mês passado, a condenação a uma pena suspensa de cinco meses de prisão, por um crime de ofensa à integridade física simples por negligência. A suspensão foi aplicada com a condição de o arguido, no prazo de um ano, pagar 6500 euros à vítima. Além disso, fica obrigado a uma indemnização de 1658 euros, para cobrir os cuidados médicos ao baleado.



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