A maioria dos autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) de Trás-os-Montes manifestou-se esta quarta-feira contra a entrega total da água à empresa que já assegura parte do serviço na região por entender que irá encarecer o preço cobrado aos munícipes.

Os nove presidentes de Câmara que constituem a CIM analisaram, em reunião do conselho intermunicipal, em Alfândega da Fé, propostas no sentido de entregarem a concessão do chamado fornecimento em baixa à empresa Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O presidente da CIM, Américo Pereira, adiantou à Lusa que "seis dos nove" autarcas manifestaram-se contra a proposta argumentando que iria "triplicar" o custo da tarifa da água cobrada à população e não faz uma "diferenciação entre o meio rural e urbano".

Segundo o dirigente, os presidentes da Câmara de Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros e Mirandela manifestaram a intenção de aderir, enquanto os restantes discordam da proposta, nomeadamente Vinhais, Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Vila Flor e Vimioso.

Américo Pereira, que é também presidente da Câmara de Vinhais, deu o exemplo do seu concelho, afirmando que com a proposta em causa, famílias que pagam actualmente "oito a dez euros, passariam a pagar entre 25 ou 30 euros" por mês.

"Além disso a realidade no meio urbano e no meio rural é completamente diferente" afirmou, sublinhando que nas zonas rurais a água é fundamental em algumas atividades agrícolas, nomeadamente para animais e para regar hortas.

Os autarcas da CIM Trás-os-Montes decidiram contactar as outras duas comunidades de municípios existentes na região, as do Tâmega e do Douro, para "concertarem posições" acerca desta proposta.

Segundo explicou, a empresa Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro é já actualmente responsável pelas infraestruturas e abastecimento de água desde a origem até aos reservatórios da maior parte dos concelhos desta região, o chamado fornecimento em alta.

A proposta que agora está a ser analisada visa entregar à mesma empresa a concessão do fornecimento em baixa, desde os reservatórios à torneira, ou seja a totalidade do processo, com a cobrança da factura ao consumidor, que atualmente está a cargo das autarquias.



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