O cabeça de lista do Chega por Bragança justificou hoje a falha na eleição de pelo menos um deputado com o baixo número de eleitos no distrito - três deputados - e hábito de voto nos partidos mais antigos.

Dos 20 dos 22 círculos eleitorais já apurados (faltam dos da Europa e fora da Europa), Bragança é o único que não elegeu nenhum deputado pelo Chega.

“A justificação é simples: em primeiro lugar, Bragança apenas elege três deputados, (…) o que torna muito difícil partidos com menos votação terem eleitos (…). Se fossem quatro deputados, tínhamos sido eleitos”, disse hoje à Lusa José Pires.

O cabeça de lista deu como exemplo o distrito vizinho de Vila Real, que elege cinco deputados e onde o Chega conquistou um deputado com “sensivelmente a mesma percentagem” de votação que o partido obteve em Bragança - 17,11% em Vila Real e 18,19% em Bragança.

Em Bragança o partido manteve-se, como nas legislativas antecipadas de 2022, no terceiro lugar na contabilização das forças políticas em Bragança, a cerca de 1300 votos de conseguir um lugar no parlamento pelo distrito.

Apesar de terem ficado em branco nos assentos parlamentares por Bragança, José Pires sublinhou que a votação no partido mais do que duplicou no distrito: ”E só podemos estar contentes por isso”, afirmou o cabeça de lista.

O partido cresceu em Bragança em relação a 2022, subindo de 5.610, segundo os dados oficiais publicados em Diário da Republica, para 13.216.

Em segundo lugar nas justificações para este facto, José Pires apontou que o Chega está no distrito de Bragança há cinco anos e que “as pessoas estão muito habituadas” a votar nos partidos mais tradicionais, no caso o Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Socialista (PS).

“Têm [PSD e PS] 50 anos. Têm muito mais anos do que tem o Chega, e as pessoas, algumas, votam porque é aquele partido em que sempre votaram. Custa-lhes a mudar”, explicou o cabeça de lista.

Contudo, José Pires mostrou-se confiante de que nas próximas votações o partido vai conseguir eleger.

Bragança atribuiu dois deputados à Aliança Democrática (AD), Hernâni Dias (PSD) e Nuno Gonçalves (PSD), e um ao PS, Isabel Ferreira. Em 2022, elegeu dois para o PS e um para o PSD.

A AD obteve 40,01% dos votos - 29.077 votos; e o PS ficou com 29,64% - 21.538 votos.

A coligação de direita venceu em todos os 12 concelhos do distrito de Bragança, com exceção de Freixo de Espada à Cinta, onde o PS ficou à frente com 36,79% dos votos contra 32,45%.

Os socialistas só venceram em eleições nacionais neste distrito duas vezes, a primeira das quais na maioria absoluta de José Sócrates, em 2005, em que o partido ganhou em Bragança, mas ficou com dois deputados e o PSD com o mesmo número, dado que este círculo eleitoral ainda elegia quatro parlamentares.

A outra vitória foi em 2022, por uma diferença de 12 votos, segundo os dados oficiais publicados em Diário da República.

Bragança tinha para estas Legislativas 134.213 inscritos nos cadernos eleitorais, menos 3.359 do que em 2022, sendo que 72.673 foram às urnas. A abstenção caiu dos 52,22% para os 45,85%.



PARTILHAR:

Relação anula condenação e pede novo acórdão no caso de botulismo com alheiras

Gil Vicente e Desportivo de Chaves empatam no fecho da 25.ª jornada da I Liga