O Norte de Portugal e a Galiza vão avançar com a reformulação da candidatura do Património Oral e Cultural Galaico-Português, chumbada pela UNESCO há cerca de dois anos, com vista à obtenção da classificação «Património Mundial da Humanidade».

Desta feita trata-se de reformular a primeira candidatura que a UNESCO não aceitou por a considerar demasiado abrangente, pois incluía todo o património imaterial da região Ibérica, desde as lendas e tradições até ao folclore. A candidatura em marcha vai ser elaborada com mais precisão e com melhor organização temática para responder aos desafios que a UNESCO colocou. \\"Na primeira valorizaram-se os vários temas e a participação das escolas, o que levou a UNESCO a pedir-nos um empenho na reorganização temática pela dinâmica que criou dentro da sociedade\\", explicou ontem Álvaro Campelo, responsável científico pelo processo, na abertura do Entrudo Chocalheiro em Podence, Macedo de Cavaleiros.

Será uma grande candidatura, subdividida em vários temas, que terão autonomia, \\"o que permitirá caracterizar, justificar e aprofundar cientificamente e criar um plano de acção específica para cada um\\", enumerou aquele responsável. Cada tema deverá ter uma contextualização geográfica e uma caracterização científica. \\"O que falhou da outra vez não foi a qualidade do projecto, mas sim a sua organização\\", justificou.

Fundação em perspectiva

A candidatura está a ser liderada pela Comissão Ponto nas Ondas, e pondera-se a constituição de uma fundação. A proposta já está em elaboração e deverá ser apresentada até Setembro. O ritual dos Caretos de Podence e as tradições ligadas à máscara e ao Carnaval do Nordeste Transmontano e da Galiza deverão entrar, assim como o mundo lendário, as tradições da orla marítima e do Minho.

Uma segunda recusa seria \\"trágica\\". A candidatura não avançará se não houver certeza de que receberá luz verde. \\"Senão tivermos uma grande convicção e um grande acolhimento de todos os intervenientes não avançaremos\\", garantiu Álvaro Campelo.



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