Alexandre Parafita

Alexandre Parafita

Rui Pires Cabral

Com 19 anos apenas começou a escrever as suas crónicas regulares no semanário de que eu então era diretor, A REGIÃO, com uma rubrica intitulada “Histórias Perversas”. Estimulei-o sempre neste desafio. Já lá vão 29 anos! Honro-me, por isso, de estar, de algum modo, associado a um começo tão promissor.

Hoje, Rui Pires Cabral é, reconhecidamente, um dos melhores poetas portugueses. Acaba de publicar uma volumosa antologia, intitulada “Morada”, com a chancela da Assírio & Alvim, uma obra que pela sua envergadura e densidade chega mesmo a provocar uma certa inquietação junto de alguns críticos, quiçá, mal preparados para recensionar uma obra geradora de tão singulares desassossegos.

Bem se sabe que depois de Herberto Helder ficou um vazio na poesia, um vazio especialmente em quem demandava nos seus versos, e nas sucessivas revisitações, um sabor tão obsessivo como quase sempre inglório, de novas compreensões. Mas não é um vazio irremediável. Em Rui Pires Cabral, com uma poesia muito virada para a emoção dos espaços vividos pelo poeta, na releitura dos seus versos, uma releitura igualmente imprescindível, experimenta-se sempre um despertar renovado de sensações que a imagética desses espaços sob o poder encantatório das palavras consegue provocar. E aí está a diferença. Felicito-o vivamente.

www.facebook.com/alexandre.parafita.escritor


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