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O Douro (o)culto

Retrato de parafita
Alexandre Parafita

O Douro (o)culto

Celebrou-se por estes dias, na justa medida da dignidade do evento, os 15 anos da classificação pela UNESCO do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial. Como é próprio das celebrações, foi uma oportunidade para refletir sobre os desafios que o selo de Património Mundial impôs no Douro e sobre novas dinâmicas que assegurem um crescimento sustentado salvaguardando a autenticidade do território. Uma oportunidade também para louvar o trabalho ciclópico de um povo que, ao longo de séculos, conseguiu moldar a própria natureza, dotando-a de uma beleza singular enquanto paisagem “evolutiva viva”.

Vencida esta batalha, que colocou o Douro nas rotas mundiais, atraindo riqueza, expansão vinícola e turismo (200 mil visitantes anualmente sobem e descem o rio), há “outro” Douro que continua de fora. Na mesma medida em que uma paisagem “evolutiva viva” cresce, um Douro cultural de gente, de memória, definha. Entidades e organismos que vemos trombetear nas celebrações, alguns com responsabilidades na área da cultura, ignoram que o Alto Douro Vinhateiro não é apenas um espaço físico. É também um espaço semiotizado com a memória coletiva como suporte; um espaço de Património Imaterial que provém das raízes do povo e que está ameaçado de extinção nos 13 concelhos que compõem o território. Todo ele é caracterizado por um universo mítico-lendário associado às singularidades assombrosas da paisagem, mas também aos lugares de memória como são os vestígios de povos antigos, com os seus labores, os seus cultos pagãos, a sua religiosidade cristã (lagares cavados em rochas, gravuras rupestres, megálitos, grutas, castros, torres, capelas…), um universo de que a toponímia rural e os testemunhos da população idosa são, muitas vezes, a única fonte de informação disponível.

Este espólio faz parte de uma cultura imaterial, intangível, encerrada em arcas de memória frágeis. Os narradores da memória, “tesouros vivos” deste património, cuja proteção a UNESCO reclama dos estados, estão absolutamente desprotegidos no Douro Património Mundial. O abandono das aldeias e a retirada dos idosos para lares de terceira idade, sem, no mínimo, se acautelar um plano de salvaguarda dos seus testemunhos, através de um inventário sistematizado de Património Imaterial, é o maior flagelo civilizacional do nosso tempo. Hoje trombeteia-se a paisagem “evolutiva viva” para amanhã se prantear a paisagem “evolutiva morta”.

in JN, 24-12-2016

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