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Ai, ai, ai Venezuela

Retrato de luis
Luis Ferreira

Ai, ai, ai Venezuela

Podia ser o mote para uma canção, mas não é. Infelizmente não. Lá vai o tempo em que Maduro dizia, num assomo de inteligência obscura, que um passarinho lhe veio trazer recados do falecido Chavez, para que governasse a Venezuela e desse continuidade ao seu projeto político. Hoje, posta de parte essa vontade, surge uma vontade titânica de assegurar o poder a qualquer preço e mostrar ao mundo que ali quem governa não é Maduro mas a democracia para bem de todos os venezuelanos. Democracia! À sua volta ardem os fantasmas do medo, as sombras do desespero, desfazem-se os panos da esperança que cobre a vontade tétrica de uma ditadura que tenta afirmar-se contra a vontade da maioria ameaçada que não se resigna no meio deste duelo de morte. Continua a falar de democracia para impor uma constitucionalidade que lhe transmitiria todo o poder para vergar os democratas que se erguem contra ele, mesmo sem que nos estômagos haja o pão necessário para lhes dar as forças mínimas para aguentar a refrega. Este governante não frequentou a escola da democracia e por isso troca os termos como se fossem peças de um tabuleiro de xadrez, onde os peões são efetivamente os primeiros a serem derrubados. Aqui tudo é permitido antes de haver xeque ao rei. Será que vai haver?

As eleições decorreram no meio de uma sublevação nacional e onde meia dúzia de pessoas aparece nas televisões, com ar de contentamento, dizendo que votaram para bem da Venezuela e onde milhões, proibidos de se manifestarem e sob uma capa de intolerância que os levará à prisão em nome da democracia, pasme-se, se ergueram como bandeiras desfraldadas, contra ventos e marés. Mortos, presos e feridos são a base de uma construção anómala de um país forjado num poder que é cada vez mais ditatorial, ainda que a realidade que o envolve seja bem diferente. Para onde vai esta Venezuela? O que acontece à esperança de milhares de portugueses que a ajudaram a crescer e que lá enterraram anos de vida para desenterrar à pazada o futuro e o sonho de gerações e que agora regressam ao seu país sem nada, trazendo apenas o sotaque de uma língua que aprenderam e que lhes fez esquecer a sua própria língua? Por lá ficou a esperança e o sonho enterrados no enorme buraco que abriram durante tantos anos e que agora Maduro quer tapar antes que seja ele próprio a cair lá dentro. Não duvido que o medo é enorme e que um dia será ele a ser corrido por todos os que tenta enganar com palavras de uma mentalização fanática e sem sentido. É o que acontece a todos os ditadores!

São muitos os que já regressaram a Portugal, especialmente à Madeira de onde partiram há muitos anos. O governo da Região, concertado com o Nacional, irá minimizar este enorme percalço na vida destas pessoas, mas não lhes pode dar o que já perderam, porque o sonho e a esperança que levaram não têm preço. E para os mais jovens, os que nasceram lá e lá aprenderam a língua de Bolívar, há todo uma caminho a percorrer de novo, toda uma aprendizagem e uma adaptação a cumprir, mas com a enorme vantagem de possuírem a força da juventude que os levará muito mais longe, atrás de um sonho novo e de um futuro risonho. As raízes ficaram por lá e por lá vão permanecer muitos anos, a não ser que Nicolás não caia de Maduro e lhes seja permitido regressar em segurança para apanhar novamente os despojos que por lá ficaram caídos. Oxalá seja possível, para bem de todos.

E o que trouxeram estas eleições? Alguma coisa vai mudar? Quem acredita que a mudança está ao virar da esquina? Não serão estas eleições que conseguem mudar a Venezuela e o seu governo. A oposição pode ter força, mas não tem o poder. Pode ter mais gente do seu lado, mas falta-lhe a força para se afirmar perante o exército e a polícia. Não vai ser fácil a mudança. Ganhar ou perder, é quase o mesmo neste momento. Só a demissão de Maduro será solução e nunca um ditador se deu por vencido. Nunca um ditador entregou o poder nas mãos da oposição de livre vontade. A Constituição não se torce, fabrica-se, forja-se na vontade popular e não pode ser torneada pelo medo. A suposta democracia apregoada por Maduro vai ser o início do seu fim, estou certo, mas não tão cedo. Como dizia um venezuelano seu adepto, “este senhor irá cumprir o mandato até ao fim ou seja até ao próximo ano”! Será? Ai, ai Venezuela, para onde estás a ir!

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