Natureza transformada em peças únicas Transformar materiais encontrados na natureza em peças de decoração é a arte de Natália Silva.

Aos 28 anos, esta bragançana decidiu abraçar um projecto de artesanato que se destaca pela raridade e originalidade das peças. Raízes, troncos, pinhas e sementes são algumas das matérias-primas procuradas na natureza, que, posteriormente, são trabalhadas e dão origem a artigos de decoração.

Mesas, bares ou simples arranjos saem das mãos de Natália Silva e Paulo Alexandre, dois amigos que começaram a fazer artesanato para ocuparem os tempos livres, mas agora pretendem dedicar-se a esta actividade.

Abrir uma loja para promover os artigos é o próximo passo, dado que, segundo Natália Silva, as pessoas ainda não estão familiarizadas com este tipo de arte, que liga a arte à natureza. “A maioria das nossas peças são procuradas por estrangeiros, nomeadamente espanhóis. As pessoas de cá só agora é que começam a conhecer o nosso trabalho”, salientou a jovem artesã.

Trata-se de um tipo de artesanato diferente e, até, inédito, onde a criatividade e a originalidade dão origem a peças únicas. “Mesmo que quiséssemos nunca conseguiríamos fazer um artigo igual ao outro.

Os nossos trabalhos são todos diferentes”, acrescenta Natália Silva. Os arranjos florais são a principal tarefa da artesã, que passa os dias a dar asas à imaginação para fazer flores de diversas cores e feitios, elaboradas à base de pinhas e sementes. “Uso todo o tipo de matéria-prima natural.

A base da flor são as pinhas, que depois de descascadas são transformadas em flores com colagens de feijão, grãos de café e, até, caracóis”, frisou a jovem bragançana. Artesã dá asas à imaginação para elaborar peças artesanais com características únicas.

Para comprar estes artigos de decoração, Natália Silva afirma que é preciso gostar e saber apreciar os pormenores desta forma de arte. “Temos peças desde os 40 aos 300 euros, depende do tamanho e dos dias que levam a fazer. Mas penso que o preço não é elevado, até porque são peças que não se compram todos os dias”, acrescenta a artesã.

Após as visitas ao campo, quase sempre ao fim-de-semana, para procurar a matéria-prima, Natália Silva diz que, juntamente com o amigo, chegam a levar três dias para conseguirem terminar as peças maiores e mais elaboradas. Mesmo assim, a artesã afirma que é obrigada a conciliar esta arte com outra profissão, uma vez que os lucros obtidos não são suficientes para viver. “Daqui a uns anos, após a divulgação dos artigos, acredito que esta actividade possa ser rentável, mas, para já, é impossível viver só disto”, acrescentou.

Na Feira de Artesanato de Bragança, a jovem procura dar a conhecer o seu trabalho aos visitantes, que ao passarem acabam por admirar a beleza das peças decorativas.

No futuro, a artesã acredita no sucesso destes artigos, principalmente, após a abertura de uma loja em Bragança. Natália Silva adianta, ainda, que, juntamente com o amigo, vai participar noutros certames a nível nacional e promover os seus trabalhos.



SHARE:

Dupla de artesãs de Bragança lamenta que tradição das Cantarinhas de Pinela se esteja a perder

Um homem do (e) ferro