Uma cultura feita de tradições

Dois dias dedicados à Prova de Santo Huberto e simulação da caça ao coelho com cães no recinto foram, apenas, algumas das novidades da 14ª Feira Internacional do Norte.

Cerca de 20 mil pessoas marcaram presença em mais uma edição da NORCAÇA, NORPESCA e NORCASTANHA de 29 de Outubro a 1 de Novembro. Reunidos três setores indissociáveis da economia transmontana num só evento e com um orçamento estimado em 75 mil euros, todos os 140 espaços disponíveis foram preenchidos e rentabilizados por 82 expositores oriundos dos quatro cantos do país. “Relativamente ao ano passado, penso que tivemos o mesmo número de visitantes, mas quanto à qualidade do certame, houve uma evolução. Isto porque tentámos acrescentar algo de novo, de diferente”, referiu o vereador da Câmara Municipal de Bragança (CMB) com o Pelouro do Desenvolvimento Económico e Turístico. De acordo com Gilberto Batista, que faz um balanço final positivo, tudo correu como planeado, sendo que as novidades desta edição vieram “criar um dinamismo próprio em torno do evento”.
E foram, de fato, muitas as estreias na 14ª Feira Internacional do Norte a valorizarem o património cinegético, piscícola, natural, cultural, gastronómico e turístico da região. Pela primeira vez, houve um expositor a vender caça. Relacionado com o setor, aconteceu, ainda, algo nunca antes visto. Numa nova prova, foi definido um recinto onde os cães fizeram uma demonstração, simulando a caça ao coelho.
Na área de entrada, decorreu uma actividade interessante para os mais novos que passava por esculpir fruta e abóboras, inclusive. Houve, também, um ShowCooking com os alunos de ERASMUS do Instituto Politécnico de Bragança. “Este envolvimento tem a ver com o passar de uma imagem real e positiva que encerra Bragança. Com 1200 alunos estrangeiros, queríamos fazer passar essa imagem para o exterior”, comentou o responsável.
Outra novidade prendeu-se com a Prova de Santo Huberto, considerada por muitos como uma das melhores a nível nacional. Em anos transatos, a prova desenrolava-se em apenas um dia, mas, nesta 14ª edição, foram dedicados dois à realização da mesma.

Cerca de 20 mil visitantes marcaram presença na 14ª Feira Internacional do Norte.

Logo no primeiro dia, destacou-se o Seminário sobre Caça e Pesca com uma excelente adesão de mais de 60 caçadores e pescadores a representarem as mais diversas associações. Quanto à castanha, realizou-se o 8º Fórum dos países produtores de castanha, uma iniciativa que tem vindo a conquistar dimensão como plataforma de discussão sobre a temática a nível nacional.
Recorde-se, no entanto, que a introdução da castanha no evento teve lugar, apenas, em 2010. Apesar de recente, Gilberto Batista garante ter sido uma prova superada, sendo hoje, sem dúvida, uma mais-valia para o certame. A comprovar este sucesso, foi lançado no sábado um novo livro de receitas à base de castanhas do Chef de renome Hélio Loureiro.
“O setor da castanha, está a ganhar cada vez mais importância como é natural. Tivemos uma adesão em maior número para os concursos dos doces e bolos de colher e para o concurso da castanha propriamente dita, da Longal e da Judia”, revelou o responsável do executivo.
Como já é habitual, quem também marcou presença foi o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, proporcionando às crianças um primeiro contato com a natureza e com o setor piscícola através de aquários e de dois tanques para demonstrações de pesca.

Testemunhos

José Macias, 50, Palaçoulo

“Este é o 4º ano em que participo e, em termos de vendas, foi idêntico aos anos anteriores. Acho, no entanto, que este ano o certame meteu ligeiramente menos gente. Mas eu estou contente, gosto da feira, gosto das gentes de Bragança e vou tentar, sempre que possível, marcar presença. Quanto ao meu negócio, as facas Palaçoulo são sempre bem recebidas em qualquer sítio que sejam vistas.”

Paulo Valbom, 37, Mirandela

“Vimos a esta feira há cerca de 10 anos, mas para esta edição optámos só por trazer e mostrar armas de caça, incluindo modelos novos, ao invés de outros anos em que trazíamos diversos tipos de artigos. O certame este ano teve bastante gente, mas público-alvo em relação à caça pouco. Fico é contente com a organização pela coragem que demonstraram ao fazer mais um evento.”

Paulo Carvalho, 46, Mogadouro

“Já participei nesta feira por diversas vezes, mas com este projeto, “Transmontanices”, é o primeiro ano. Eu já conheço a NORCAÇA desde o ano 1 e, realmente, já houve melhores anos do que 2015. De qualquer maneira, ela funciona, faz sentido e acho que uma feira com esta temática é importante até para o distrito e para a região. Nesse sentido, é de manter. Agora tenho que dizer que, provavelmente, é a feira com menos participação, mas, comercialmente, não é das piores. De qualquer das formas, saio daqui com um pensamento positivo de poder voltar para o ano.”

Prémios 2015

PINTURA

1º Prémio – José Maia, “Flor de Castanheiro”

2º Prémio – José Maia, “Apanhando castanha”

3º Prémio – João Freire, “Pássaros feridos”

QUADRAS DE S. MARTINHO

1º CICLO

1º Prémio – António dos Santos, Elsa Reis, Gonçalo Vianez e Mário Rodrigues da Escola EB1 dos Formarigos

2º CICLO

1º Prémio – Célia Vaz e Ema Lopes da Escola Básica Paulo Quintela

PROVA SANTO HUBERTO (Org. FACIRC)

CLASSIFICAÇÃO FINAL