O inquérito judicial ao último acidente na linha do Tua, em Mirandela, continua em fase de investigação mais de um ano depois do descarrilamento que fez um morto e 43 feridos e suspendeu a circulação na ferrovia transmontana.

Fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR) informou a agência Lusa, por escrito, que \"o processo está em investigação, estando a ser feitas diligências e exames médicos a alguns ofendidos\". Trata-se do segundo inquérito judicial desencadeado pela PGR aos acidentes do Tua.

O primeiro relacionado com o primeiro acidente, a 12 de Fevereiro de 2007, em que morreram três funcionários da CP e do Metro de Mirandela, foi arquivado pelo Ministério Público. A viúva de uma das vítimas, o revisor, tentou levar a julgamento o presidente da administração da REFER e os técnicos, supervisores e encarregados pelas inspecções semanais da linha. Mas a pretensão foi inviabilizada pelo Tribunal da Relação do Porto, que julgou improcedente o recurso da decisão de arquivamento do processo.

O segundo inquérito judicial foi aberto ao último acidente de 22 de Agosto de 2008 e continua em fase de investigação. Conclusiva foi a investigação levada a cabo pela Comissão de Inquérito, e que apontou \"defeitos grosseiros\" na via-férrea e anomalias na automotora que, conjugados, terão originado o descarrilamento. O Gabinete de Investigação de Segurança e Acidentes Ferroviários (GISAF) conduziu também uma investigação e concluiu que o descarrilamento desse dia \"não pode ser dissociado\" do ocorrido dois meses antes, com a mesma automotora, de que resultaram dois feridos.

A linha do Tua foi palco de quatro acidentes no espaço de um ano e meio, de que resultaram um total de quatro mortos. A circulação está suspensa na maior parte dos cerca de 60 quilómetros que ligam Mirandela ao Tua, desde o acidente de Agosto de 2008.

O futuro da última ferrovia do Nordeste Transmontano está dependente das conclusões dos estudos sobre alternativas de transporte, elaborados no âmbito do processo da barragem de Foz Tua. A hidroeléctrica, entretanto aprovada, vai inundar os 16 quilómetros da ferrovia mais atractivos em termos turísticos.



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