O Douro tem um potencial atractivo para cerca de 140 milhões de turistas que, todos os anos, procuram destinos idênticos, em todo o mundo. Um número que, segundo o administrador executivo da Agência Portuguesa para o Investimento (API), José Abreu Aguiar, «representa 46% do mercado total mundial».

Aquele responsável participou, ontem, num workshop subordinado ao tema\" O Douro motor de desenvolvimento económico\", que decorreu no Solar do Vinho do Porto, no Peso da Régua, e lembrou que, \"para estes 140 milhões de pessoas, os destinos turísticos devem aliar o lazer rural, a montanha, circuitos, saúde e o turismo activo\". Abreu Aguiar salientou as \"várias áreas classificadas, os parques naturais do lado português e do lado espanhol, as várias regiões demarcadas de produção de vinho, que conciliam património histórico, cultural e paisagístico, a que se acrescenta a própria história dos dois países\".

São potenciais turistas de países com forte poder de compra, como a Alemanha, o Reino Unido, os Estados Unidos da América, a Holanda, a Espanha, a França ou a Suíça

As oportunidades, essas estão definidas pela API, pelo menos no que toca às áreas de investimento \"Mais cruzeiros fluviais, enoturismo, aventura e ecoturismo, spa, saúde, descanso e fim-de-semana, viagens de incentivos (por exemplo para quadros de empresas), turismo náutico, short breaks (\"escapadinhas\"), golfe, caça e pesca, congressos, conferências e seminários, eventos\". Tudo áreas com vários projectos de intenção e com investimentos que, caso venham a concretizar-se, \"atingem os 300 milhões de euros, e que integram, sobretudo, o conceito de boutique hotel resorts, destinados a mercados sofisticados\", explicou.

Entre os oradores, esteve também Bianchi de Aguiar. O coordenador da candidatura do Alto Douro Vinhateiro a património mundial reiterou \"a necessidade urgente de recuperar o Gabinete Técnico Intermunicipal (GTI)\", que foi criado em Lamego para ajudar à gestão e preservação da paisagem classificada, mas foi entretanto extinta, depois de as 13 autarquias que integram a área classificada alegarem falta de meios e verbas, sem ajuda do poder central.

Mais uma vez, as opiniões dividiram-se. O autarca de Lamego, Francisco Lopes, já garantiu a vontade de reabrir o GTI no concelho, mas pede \"um compromisso também por parte do Estado, no que toca ao financiamento do mesmo\". Uma posição idêntica à de Nuno Gonçalves, presidente da Câmara da Régua.

Já José Manuel do Santos, presidente da União das Adegas do Douro e da Confraria de Enófilos, considera que, \"o GTI não tem que estar dependente das câmaras, mas sim do poder central e ter poder de decisão efectivo\". Armando Miro, o presidente da Região de Turismo da Serra do Marão considera, por seu lado, que \"terá de ser a região a tomar conta de si mesma e as autarquias a tomar essa responsabilidade.

A iniciativa inseriu-se no segundo fórum de participação, relativo ao plano de sustentabilidade, da Agenda 21 Local, e que visa aproveitar sinergias comuns em 18 concelhos do Norte de Portugal e Galiza, com vista à melhoria da qualidade ambiental.



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