Um grupo de 80 doentes hemodialisados de todo o distrito de Bragança, que aguardam transplante renal, está descontente em relação à forma como é transportados para as consultas extra-diálise que se efectuam em unidades de saúde situadas no Porto e Coimbra.

Para expressar a sua indignação, redigiu um abaixo-assinado, que remeteu à sub-região de Saúde de Bragança, fazendo saber que o transporte deveria ser feito de táxi e não de ambulância.

\\"Este meio de transporte não tem dignidade, os doentes que não se encontram acamados não precisam de se deslocar de ambulância por considerarem que em viagens longas, como é caso, não podem ir fechados num espaço exíguo sem contacto com o mundo exterior\\", refere, justificando que \\"se consideram pessoas válidas para a sociedade, independentemente do sofrimento e desgaste físico e psicológico provocado pela doença.\\"

Os doentes garantem que não querem \\"privilégios\\", mas vão lembrando que \\"há pessoas com idade, algumas mesmo analfabetas, que precisam de alguém de confiança que os ajude a tratar da burocracia hospitalar\\". Outro dos motivos apresentado tem que ver com o facto de, segundo dizem, o transporte de táxi ser mais barato e, por isso, mais económico ao Estado.

Os doentes hemodialisados em causa fazem tratamento no Centro de Diálise de Mirandela e garantem que são os únicos do país que não são transportados de táxi para as consultas que antecedem o transplante renal.

O JN teve conhecimento, através de documentos enviados à sub-região de Saúde de Bragança, que houve mesmo casos de rejeição de transporte em ambulâncias e que outros pacientes pretendem fazer o mesmo, caso a situação não seja resolvida.

\\"Lei está a ser cumprida\\"

Confrontada com esta situação, Berta Nunes, coordenadora da sub-região de Saúde de Bragança, garantiu ao JN que \\"a lei está a ser comprida e que muitas vezes as consultas extra-diálise são marcadas sem conhecimento dos centros de saúde, havendo na região meios para que o exames sejam efectuados evitando longas deslocações\\".

\\"No caso do transporte para a hemodiálise, é uma situação diferente dos transportes utilizados para as consultas extra-diálise, já que no último caso seguem-se os memos princípios que outros doentes com patologias diferentes que são transportados de ambulância, sendo esta uma forma de rentabilizar o transporte de doentes, com menos encargo para o Estado, evitando descriminação\\", diz.



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