Os dois cidadãos portugueses de Febres, Cantanhede, que viajaram para a Bélgica echegaram a ser dados como desaparecidos já foram localizados, \"encontram-se bem\" e pretendem continuar a trabalhar no país, disse ontem à Lusa fonte consular.

Os dois cidadãos portugueses, Mário Baptista e Vítor Pinhal, partiram no dia 17, rumo à Bélgica, para trabalharem em estufas de flores, mas durante dez dias não deram notícias aos seus familiares, que no domingo denunciaram o desaparecimento no posto da GNR de Cantanhede, distrito de Coimbra, suspeitando de \"sequestro\".

O comandante Melo, da GNR, indicou à Lusa que na origem da suspeita estava o facto de uma outra portuguesa, que viajou com eles, ter sido repatriada pelos serviços consulares na Bélgica, três dias depois, com queixas de más condições de trabalho.

Fonte da embaixada de Portugal na Bélgica adiantou à Lusa que \"a situação está perfeitamente normalizada\", precisando que os dois portugueses foram contactados na terça-feira, \"estão bem\", \"já falaram com a família\" e encontram-se a trabalhar em Merlle, Flandres, onde tencionam permanecer até Setembro.

António Mendes, emigrante português na Bélgica que transportou os três portugueses até Merlle no regresso de férias, afirmou à Lusa que Mário Baptista e Vítor Pinhal \"estão muito satisfeitos\", tal como outros cidadãos portugueses que actualmente se encontram a trabalhar nas estufas.

\"Estive ontem (terça-feira) em Merlle com eles, perguntei se queriam regressar, o próprio patrão disse que pagava a semana de trabalho, mas eles disseram que estão muito satisfeitos e que querem ficar\", contou. Relativamente ao depoimento da portuguesa que entretanto regressou e se queixou do \"trabalho pesado\", António Mendes negou a acusação, disse que simplesmente \"não estava interessada\" no emprego e que pretendia exercer a actividade de cabeleireira, o que não era possível.

O caso do alegado desaparecimento foi noticiado na terça-feira pelo Jornal de Notícias, que dava conta da preocupação dos familiares de Mário Baptista e Vítor Pinhal face à ausência de notícias.

Em declarações à Lusa, António Mendes observou que \"é habitual\" os cidadãos portugueses que viajam para fora em busca de trabalho \"só contactarem as famílias ao fim de algum tempo, após se estabelecerem\", até devido a dificuldades económicas. Mário Baptista e Vítor Pinhal, desempregados, terão ido para a Bélgica com a promessa de trabalho nas estufas de flores do país e de um ordenado superior a mil euros mensais.



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