A Federação Distrital de Bragança do PS reagiu ontem à visita que o primeiro-ministro, Durão Barroso, efectuou ao distrito de Bragança. A conferência de imprensa esteve agendada para 2 de Fevereiro, mas afazeres na Assembleia da República impossibilitaram o líder do grupo parlamentar, António Costa, de se deslocar a Bragança.

Ontem, o azar voltou a bater à porta dos socialistas, já que o avião que ia transportar o dirigente não chegou a levantar de Lisboa, devido a dificuldades de aterragem em Bragança e Vila Real, motivadas pelo nevoeiro.
E, não foi preciso mais para o presidente da Federação do PS-Bragança, Mota Andrade, lançar as primeiras críticas ao Governo, que em meados deste ano entregou a concessão das carreiras aéreas à Aerocondor. "Está a ser prestado um mau serviço à região e, oxalá, isto não sirva para alegar falta de rentabilidade e acabar com as carreiras criadas pelo PS em 1997", disparou o dirigente.
Mas, o alvo não era a empresa aeronáutica, mas Durão Barroso e o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Adão Silva.
O primeiro porque, há cerca de duas semanas protagonizou a terceira visita ao distrito de Bragança em dois anos de governo. Para Mota Andrade, as viagens de Durão Barroso não têm resultado em mais investimentos para a região. Aliás, "até começam a ser escandalosas, porque foi a terceira vez que o primeiro-ministro veio a Bragança sem anunciar obras estruturantes para o distrito ou cumprir as promessas feitas em tempo de campanha eleitoral", alega Mota Andrade. Para o dirigente socialista, os membros do governo que têm visitado a região "limitam-se a inaugurar obras camarárias, o que até compreensível porque no distrito de Bragança não há uma única em curso que seja da responsabilidade deste Governo".

A outra fatia das críticas foi dirigida a Adão Silva. "Tem havido um grande show mediático à volta das questões da saúde, mas o que constata é que os novos centros de saúde que foram inaugurados não garantem melhores cuidados de saúde às populações", defende o dirigente o rosa. O responsável referiu-se, concretamente, ao novo centro de saúde de Mogadouro, inaugurado no Verão passado, "onde falta o Raio X, a fisioterapia, o internamento e as análises clínicas, que até foram prometidas pelo secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde".

No que toca aos hospitais, o PS considera que o cenário não é mais animador. "O Governo está a tratar os problemas da saúde como se tratasse de um campeonato de futebol", acusa Mota Andrade.
Em causa estão as propostas que foram lançadas pelo hospital de Vila Real SA a dois gastrenterologistas do hospital distrital de Mirandela (HDM). Caso os clínicos aceitem as propostas, o HDM corre o risco de ficar sem serviço de gastrenterologia. "Isto não pode ser como no futebol, em que o clube que dá mais é quem fica com o jogador", sustenta Mota Andrade, acrescentando que o Ministério da Saúde não pode deixar que a capacidade financeira dos hospitais SA contribua para o esvaziamento das restantes unidades hospitalares.



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