Desde o início do ano que as embarcações comerciais estão proibidas de navegar no rio Douro. A situação afecta, sobretudo, exportadores de granito e algumas empresas já suspenderam a produção. Os prejuízos avolumam-se e a revolta está instalada.

O Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) alega que, até agora, o caudal do rio não tem permitido a eclusagem em condições de segurança.

As embarcações turísticas têm permissão para navegar no Douro, mas os barcos comerciais estão impedidos desde Janeiro. A culpa é do caudal do rio, ainda muito elevado por causa do volume descarregado pelas barragens espanholas, afirmou Joaquim Gonçalves, director do IPTM.

O responsável acrescentou que \"face aos caudais que estão a ser processados (turbinados e descarregados) na barragem de Crestuma\", não é possível garantir que a eclusagem das embarcações comerciais se faça em totais condições de segurança.

\"Admitimos esse argumento em Janeiro e Fevereiro, mas agora não há razões. O prejuízo é enorme\", desabafou um empresário do sector, que prefere manter o anonimato. \"Tivemos quatro barcos vindos do estrangeiro que tiveram de procurar outras cargas. O granito já estava vendido a clientes estrangeiros, mas ficou todo no cais\", lamentou fonte da empresa \"Stoneset\", com produção em Alpendorada (Marco de Canaveses). Esta empresa produz 50 mil toneladas por ano e já suspendeu parte da laboração.

\"Esse perigo só existe para os barcos comerciais? E para as embarcações turísticas?\", interroga-se um outro empresário do sector.

\"As condições de navegabilidade das embarcações comerciais são mais restritivas, tendo em conta as dimensões, calado e capacidade de manobra. As turísticas têm uma capacidade de manobra e propulsão bem superior\", referiu o director do IPTM, admitindo que a situação esteja ultrapassada na próxima semana.

Um outro empresário revelou que quem opera nos cais de Sardoura e Várzea do Douro (Marco e Castelo de Paiva) está cansado de \"burocracias a mais\". \"Cada barco custa entre 100 a 150 mil euros. Se regressam vazios, imagine-se o prejuízo que isso dá\", frisou.



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