A JSD/Bragança alertou a ministra da Coesão Territorial para as disparidades entre o interior e o litoral e acusando o Estado de “desleixo” no caso da aluna que tem aulas ‘online’ numa carrinha para apanhar rede.

“Chega-nos o caso da Leonor, uma menina de Vimioso, que vê definhar todo o seu processo de aprendizagem em consequência de um desleixo do Estado. Falhar com a Leonor é falhar com o interior", vinca a Comissão Política Distrital de Bragança da JSD na carta dirigida à ministra Ana Abrunhosa.

A JSD considera “preocupantes" os factos relatados por uma reportagem da Lusa sobre uma aluna de 12 anos de Serapicos, em Vimioso, que tem de se deslocar mais de um quilómetro várias vezes ao dia para assistir às aulas ‘online' dentro da carrinha que o pai estaciona num ponto alto da aldeia, tentando apanhar rede.

A estudante tem de se adaptar ao trabalho do pai na agricultura, para assim os dois tirarem rendimento do dia e das deslocações, tentando manter o equilíbrio e a concentração mediante a "complicada" tarefa de aprender à distância naquela aldeia.

"Não podemos aceitar que o desinteresse do Estado central por estes territórios coloque em causa o processo de aprendizagem e o sucesso escolar dos nossos jovens", afirma a JSD de Bragança.

A JSD preocupa-se com “o despovoamento e a falta de investimentos estruturais” e, por outro lado, preocupa-se “ainda mais que os nossos jovens não tenham sequer acesso ao ensino, num contexto que por si só já agrava as desigualdades existentes”.

"Num mundo cada vez mais global e competitivo, onde a digitalização é um facto adquirido, muito estranhamos que haja um completo alheamento por parte da Secretaria de Estado da Transição Digital quanto a questões como esta", lê-se na carta aberta.

De acordo com a JSD, “os territórios como Trás-os-Montes e particularmente do distrito de Bragança sofrem diariamente os efeitos da falta de Coesão Territorial”.

“Infelizmente, a pandemia que vivemos veio agravar ainda mais as disparidades já existentes entre o interior e o litoral do país, indica aquela estrutura da juventude social-democrata num documento enviado à comunicação social.

Na base da missiva estão as discrepâncias de tratamento para com o resto do território nacional "e por isso se tem deparado com inúmeras dificuldades, que constantemente obstaculizam, por um lado à valorização do Interior, e por outro lado à diluição das assimetrias com o litoral", indica a juventude social-democrata.

Para os jovens socais democratas do distrito de Bragança, "o facto de nada fazer para tornar estes territórios estruturalmente mais resilientes e preparados para os desafios do futuro ditará a nossa sentença".

"Inevitavelmente, como aliás não podia deixar de ser, esta situação, a par de muitas outras, merece um cartão vermelho por parte da JSD Distrital de Bragança", frisa aquela estrutura.



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