O actual vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, Ricardo Magalhães, é um dos nomes em cima da mesa para liderar a Unidade de Missão do Douro (UMD), cuja criação foi aprovada na passada quinta-feira, em Conselho de Ministros.

Pelo menos é nele que recai a escolha de vários autarcas, interessados em que o cargo seja assumido por alguém que conheça bem a região e, sobretudo, que goste dela. No pelotão da frente dos apoios surgem os autarcas de Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Alijó e Murça. Outros presidentes de Câmara preferem, para já, manter a sua escolha em segredo.

Eugénio de Castro, presidente da Câmara de Carrazeda, sustenta que a criação da Unidade de Missão do Douro é \"imprescindível\" para que os planos de desenvolvimento sejam implementados. No entanto, faz depender o sucesso da missão \"da pessoa que for colocada a liderá-la e das competências que lhe forem atribuídas\". \"Se não se recrutarem os melhores, voltaremos a perder a oportunidade\", frisou, adiantando o perfil da sua esperança \"Figura conhecedora do Douro, com prestígio na região e agregadora de sensibilidades. O Governo tem nos seus quadros essa pessoa, que até é doente pelo Douro\".

Por um diapasão semelhante alinha o autarca de Murça, João Teixeira, que fala abertamente no nome de Ricardo Magalhães como \"a melhor escolha para gerir a UMD\". \"Merece mesmo o apoio generalizado da região\", opina o edil de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira. Se as autarquias vierem a ser consultadas pelo Governo neste processo, Ricardo Magalhães será para este autarca a \"nomeação óbvia\".

O presidente do Município de Alijó, Artur Cascarejo, prefere revelar o perfil do que deverá ser o encarregado de missão do Douro - em muito semelhante ao traçado por Eugénio de Castro - antes de avançar o nome Ricardo Magalhães. \"Foi o único político nacional que fez alguma coisa pelo Douro\", atira. Sustenta, porém, que o futuro coordenador UMD deve \"ficar na região e trabalhar directamente com as autarquias e demais organismos nela sedeados\". Ou seja, o edil não é favorável a uma gestão a partir de Lisboa ou do Porto.

Quatro pilares

A Unidade de Missão do Douro (UMD), criada por resolução do Conselho de Ministros, foi anunciada na passada quinta-feira, por José Sócrates, na Régua, na abertura das comemorações dos 250 anos da Região Demarcada do Douro.

Este organismo terá como objectivo a dinamização das acções necessárias para que a estratégia do Governo para a região tenha sucesso. Uma estratégia assente em quatro pilares vinho, paisagem, cultura e turismo. A UMD terá de promover a colaboração de todas as instituições que nela devem participar, em particular as públicas, bem como a articulação entre a administração central, a local, os investidores e os agentes privados.

Esta nova figura era há muito reivindicada pelos autarcas, no sentido de coordenar os planos de desenvolvimento já apresentados para uma região que produz o Vinho do Porto e que é Património Mundial, mas que continua a ter um dos mais baixos índices socioeconómicos da União Europeia.



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