O relatório da missão da UNESCO ao Douro conclui que a Barragem de Foz Tua é compatível com a manutenção do Alto Douro Vinhateiro (ADV) na lista do Património mundial, disse à agência Lusa fonte do Governo.

O Governo recebeu na terça-feira o relatório da missão conjunta do Comité do Património Mundial da UNESCO, ICOMOS e IUCN sobre a construção do aproveitamento hidroelétrico de Foz Tua, entre Alijó e Carrazeda de Ansiães.

Fonte do Ministério da Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do (MAMAOT) disse à Lusa que o relatório conclui que a construção da barragem de Foz Tua, \"de acordo com o projeto revisto, é compatível com a manutenção do ADV na lista do Património Mundial\".

De acordo com as conclusões a que chegaram as peritas que visitaram a região, a barragem tem um \"impacto visual reduzido\" no ADV, \"na sua integridade e autenticidade, quer ao nível da paisagem quer ao nível do processo vitivinícola\".

Segundo o MAMAOT, o relatório \"aplaude\" ainda a opção tomada em construir a central elétrica enterrada, solução que é considerada tecnicamente \"adequada\".

Durante a visita ao Douro, foi apresentado à UNESCO o projeto do arquiteto Souto Moura, que tem em vista a compatibilização da central hidroelétrica, inserida na área classificada, com a paisagem.

O projeto pretende enterrar toda a central. Será ainda feito um pequeno reajuste do ângulo da própria barragem que pretende diminuir o impacto visual da mesma.

O relatório da UNESCO refere ainda, de acordo como Governo, que o calendário da obra foi abrandado, em cumprimento das conclusões da reunião do Comité do Património Mundial de São Petersburgo, na Rússia.

No decorrer deste encontro, foi aprovado um \"abrandamento significativo\" das obras da barragem, em alternativa à suspensão das mesmas.

E, neste aspeto, segundo o MAMAOT, também se verifica uma evolução, ou seja, a anterior avaliação sugeria um \"abrandamento significativo\" e o relatório atual refere-se apenas manter um \"abrandamento\".

Para avaliar \"in loco\" os impactos decorrentes da construção da barragem no Património Mundial, uma missão da UNESCO, composta por três especialistas, esteve no Douro entre 30 de julho e 03 de agosto.

A missão incluía peritas da UNESCO, da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e da ICOMOS, órgão consultivo da UNESCO.

Em sequência da decisão de abrandamento, foi solicitada pelo Estado português à dona da obra, a EDP, a apresentação de um novo calendário, o qual adia em quase um ano a conclusão do empreendimento.

O Douro foi distinguido como Património Mundial da Humanidade em 2001.

A barragem vai ocupar 2,9 hectares do Alto Douro Vinhateiro, o que representa 0,001 por cento do total da área classificada.



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