O livro «Fotografia de grupo», uma antologia de contos de autores de língua portuguesa, surge esta semana nas livrarias, depois de a edição ter estado prevista para finais de Novembro.

A obra integra 15 contos, entre inéditos e já publicados, de autores brasileiros, angolanos e portugueses, comemorando os 15 anos da editora Cotovia.

O título surgiu de um dos autores, explicou a editora. "Tendo- se atrasado com a entrega do seu original, o autor afirmou não querer ficar fora da fotografia de grupo", disse fonte da Cotovia.

Entre os contos inéditos, encontra-se "Fredi", de Jacinto Lucas Pires, a crónica de um "taxista lisboês" entre a Mouraria, as ruas da cidade, os dramas dos seus passageiros e os "flashes" que um motorista de táxi observa na cidade sem lhes encontrar explicação.

A ciência política é o passatempo de Frederico Marnouco dos Anjos, que elabora uma tese que há-de chamar-se "O Recidadão".

Também no mundo dos táxis gira a história de André Sant'Anna, "Rush". Autor natural de Belo Horizonte (Brasil), este prosador e publicitário tem publicado em Portugal "Sexo" (2000) e "Amor e outras histórias" (2001).

A narrativa de "Rush" é o discurso de um motorista de táxi em pleno centro do Rio de Janeiro, para o qual "bom era no tempo da ditadura". Mulheres ao volante, japoneses, "filhinho de papai" ou motocicletas, são obstáculos no trânsito da metrópole carioca para um profissional como ele.

Este conto foi publicado pela primeira vez na antologia "PS:SP", este ano.

Também entre os inéditos está "Os centauros", de Frederico Lourenço, que este ano terminou a sua trilogia muito aplaudida pela crítica literária - "Pode um desejo imenso" (2002), "O curso das estrelas" (2002) e "à beira deste mundo" (2003).

Outras histórias inéditas têm a assinatura de Abel Neves, "O luzeiro da Graça", Pedro Paixão, "Como se fosse a primeira vez", Eduarda Dionísio, "Fotografias a cores (Revelação em 30 minutos)", e do angolano Ruy Duarte de Carvalho, "E é sempre assim, meu pai?".

Entre os contos já editados noutras publicações, referência para "Objector de consciência", de Teresa Veiga, que situa a sua acção no "Alentejo, pós 25 de Abril" e constrói Dinora, uma personagem de opereta que incansavelmente viaja fugindo de si, mas regressando sempre a Castromonte, único local onde todas as suas referências fazem sentido.

Este conto foi publicado pela primeira vez na revista Colóquio de Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1997.

Editado pela primeira vez em 1973 em "Regresso adiado", "Mulato de sangue azul", do angolano Manuel Rui, é uma narrativa plena de ironia e crítica étnico-social, contando a história de Luís Alvim, com a sua "carapinha sem liberdade e brilhantina escorrendo pelo risco".

Luís de Sampaio Costa Alvim, filho de branco da metrópole e mãe negra que ele renega, "sempre se julgara um homem superior" pela linhagem que seu pai trouxera de Bragança. Esta é uma narrativa que se desenrola na cidade de São Filipe de Benguela e na pequena localidade sertaneja de Chitula, na Angola colonial.

Integram ainda esta antologia Raduan Nassar, com o conto "O ventre seco", Adélia Prado, com "Uma valsa para dançar", Milton Hatoun, com "Dois tempos", Luísa Costa Gomes, com "Império do amor", Rubens Figueiredo, com "Dente de ouro", e Bernardo Carvalho, com "O inferno de Pascal".



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