Um misto de incredulidade e ironia domina hoje todas as conversas em Bragança perante a projecção do movimento «Mães de Bragança» além fronteiras através de uma reportagem da revista Time.

«Não me diga. Nem sei se essa revista se vende cá, mas vou à procura dela» foi a reacção mais ouvida perante a notícia de que uma das revistas mais prestigiadas do mundo dedica hoje várias das suas páginas ao fenómeno da prostituição nesta cidade do Nordeste Transmontano, fazendo do tema capa da sua edição europeia desta semana.

Os comentários vão do tom mais sarcástico da autoria dos que não entendem o destaque dado à profissão mais velha do mundo à incredulidade de outros, que jamais imaginaram «ver» Bragança «nas bocas do mundo».

As autoridades locais, no entanto, reagiram com indignação ao artigo. «Bragança não é nenhum paraíso do turismo sexual. Não estamos na Tailândia», foi a reacção do bispo da Diocese, D. António Montes Moreira.

Na opinião do prelado, «a gravidade do fenómeno não justifica as honras de primeira página» Questionado pela Lusa se tem algum eco deste problema, D, António Montes Moreira respondeu com tom irónico: «como deve compreender, as pessoas que frequentam a prostituição não são fiéis assíduos da Igreja».

«Não consigo perceber como conseguiram fazer de uma falsidade um problema com extensão internacional», disse o governador civil de Bragança, José Manuel Ruano, que fez questão de frisar que o «conceito que tinha da Time ficou muito abalado».



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